Obras são tocadas pelo projeto "Abraçadores de Sonhos", que foi criado por dois amigos, um motorista de caminhão e um pedreiro.
Voluntários de Passos (MG) se juntaram em mutirões para construir e reformar a casa de moradores carentes. As obras são tocadas pelo projeto "Abraçadores de Sonhos", que foi criado por dois amigos, um motorista de caminhão e um pedreiro.
Segundo os dois, a iniciativa nasceu da necessidade de ajudar o próximo e da vontade de fazer a diferença. Com isso, eles começaram a mudar a vida de alguns moradores do bairro Coimbras.
“Ao conviver com eles aqui, a gente sentiu que tinha que correr atrás, alguém tinha que fazer alguma coisa”, afirma o motorista José Marciano.
É com tijolos, cimento, tinta e muito suor que aos poucos o projeto vai crescendo e dá dignidade, moradia, conforto e novos sonhos para as pessoas atendidas. Para isso, os amigos contam com a ajuda de diversos voluntários.
“Isso é um gesto de amor, faz muito bem pra gente”, afirma o pintor Jailiz França.
“Eu acho muito importante fazer parte da comunidade, estar ajudando a quem precisa”, completa o pedreiro Pedro Paulo Ferreira.
O catador de material reciclável Otacílio Miguel da Silva, ou simplesmente sêo Otacílio, é um dos atendidos pelo projeto. Aos 69 anos, ele teve apenas um pedido na reforma da casa, um fogão à lenha na cozinha, para lembrar da infância.
“Isso aqui é uma maravilha. A fumaça vai para lá, primeiro o fogo era no chão, acendia o fogo, a fumaça ficava andando em roda. Era muito ruim”, conta. “Melhorou muito, 100%”.
Já o aposentado Antônio Carlos Martins e a esposa Janaína Persa Martins se mudaram para a casa reformada faz quase um ano. Deficientes visuais, eles contam que tudo ficou muito diferente. E muito melhor.
“Porque na outra casa, a gente não tinha espaço para andar, e a casa tinha goteira demais. E nós mesmos, que não enxergamos, nós tínhamos que ficar arredando os trem (sic)”, diz Janaína.
“Mudou muitas coisas. Porque o espaço que nós não tínhamos na outra, agora nós temos”, afirma Antônio.
E às vezes faltam palavras para expressar o que eles sentem.
“Nem o dinheiro tudo que eu tiver para pagar eles, não vai pagar o que eles fizeram para nós. É gratidão, só gratidão o que eu tenho por eles”.
E para continuar com essa ação tão bonita, os amigos precisam de ainda mais apoio.
“A gente tem mais pedidos de casas para reformar, casas para fazer do zero. Então a gente pede à população, ao pessoal da região, que ajuda a gente, para que esse projeto não pare”, conclui o pedreiro e também idealizador do projeto, Édson Alexandre da Silva.
Fonte: G1 Sul de Minas