O governo de Minas Gerais tem tido dificuldades para negociar a desapropriação das terras que vão permitir as obras de duplicação da BR-491, que liga Varginha a Três Corações. A previsão é de que a obra comece apenas em abril. Pelo menos cinco fazendeiros já entraram na Justiça.
Segundo o Departamento de Estradas e Rodagens (DER/MG), o preço médio pago pelas terras e imóveis varia muito. Nas áreas rurais, varia de R$ 3,50 a R$ 6 o metro quadrado. Nas áreas urbanas ou industriais, o valor é de R$ 6 a R$ 25 o metro quadrado. Outros fatores como tamanho, topografia e benfeitorias também influenciam no preço. Muitos reclamam que os valores estão abaixo do que realmente valem as terras.
As obras na BR-491 foram anunciadas em setembro do ano passado. Serão duplicados 18 quilômetros no trecho que liga Varginha a Três Corações, na Rodovia Fernão Dias. Para duplicar a rodovia, a desapropriação de terras e imóveis está acontecendo dos dois lados da pista. Um processo delicado, de negociação, que pode atrasar as obras.
Segundo o DER/MG, ao todo, 51 pessoas deverão ser indenizadas. Dessas, 32 ainda não fecharam um acordo de desapropriação com o governo.
No momento, a obra segue com os serviços de corte de árvores e limpeza. A construção de bueiros, por exemplo e o avanço da terraplanagem estão previstos para começar em abril. Mas para isso, é preciso que as faixas de domínio estejam regularizadas, o que só é possível com o fim dos processos de desapropriação.
"É um direito público necessário para o povo de Varginha e região, que eles aceitem esses valores de desapropriação o quanto antes para gente ter condições de acelerar cada vez mais essa obra", disse o secretário de Governo, Odair Cunha.
A fazenda de Dimas é vizinha de porteira da BR-491. Para a ampliação da pista, 20 mil metros quadrados de terreno do agricultor serão desapropriados pelo órgão. Há seis meses o governo fez uma proposta: ofereceu R$ 6 pelo metro quadrado e ele não aceitou.
"A gente pensa em R$ 40, o preço real, para R$ 6 está bem defasado", disse o agricultor Dimas Bueno.
Dona Terezinha também não aceita com a forma como está sendo feita a desapropriação. Ela diz que vai perder metade do quintal e está preocupada com a própria segurança.
"A gente tem medo de um acidente, a gente fica preocupado porque eu moro aqui há 30 anos, e tem tranquilidade. Agora vai tirar a minha tranquilidade", disse a aposentada Terezinha de Paula.
Fonte: G1 Sul de Minas