A epidemia de dengue tem preocupado os setores de saúde de pelo menos três municípios do Sul de Minas: Passos (MG), São Sebastião do Paraíso (MG) e Lavras (MG), onde o número de casos tem aumento consideravelmente. Em Passos, um helicóptero foi contratado para sobrevoar e filmar a cidade, com a missão de encontrar possíveis focos do mosquito transmissor. A prioridade é para os locais em que os agentes de saúde tiveram dificuldade de acesso. Em um dos imóveis eles só conseguiram entrar depois que o promotor de Justiça viu as imagens e autorizou a entrada na casa, mesmo sem o dono. "Por estas imagens a equipe terrestre, vai no local, investigar e chegar a aplicar a multa da lei da dengue, que varia de R$ 150 a R$ 1 mil", disse o diretor de saúde coletiva de Passos, Michel Silveira Reis. Em 2014 a cidade enfrentou uma epidemia, com mais de 1,5 mil doentes e 8 mortes. Em 2015 ainda não houve mortes, mas já são 391 casos suspeitos e 52 confirmados. Com um índice de infestação de 4,8%, a meta é combater o mosquito. "Ainda não estamos em epidemia. Todo caso suspeito é combatido pela sorologia, mas a maioria está vindo com confirmação positiva e esta é uma grande preocupação e por isso estamos em alerta máximo para não termos a epidemia que tivemos o ano passado", pontuou Priscila Soares Faria, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Passos. Já em São Sebastião do Paraíso (MG) também foram encontrados vários flagrantes de focos, tanto nas ruas, em carros abandonados e no cemitério. No município, o índice de infestação é de 6,9%, ou seja, o terceiro mais preocupante de Minas Gerais.
"Essas chuvas que não são muito constantes, a água acaba ficando parada, o que aumenta o número de casos de dengue", lembrou a secretária de Saúde do município, Lucineia de Freitas Barroso. Em Lavras (MG), o número de casos confirmados tem subido. Segundo a Vigilância em Saúde, já são 228 pessoas com a doença e mais de 900 pacientes ainda aguardam o resultado dos exames, por isso, a unidade de pronto-atendimento recebeu 200 kits para realização de testes rápidos, que devem ajudar na agilidade dos diagnósticos. O vendedor Heberton de Oliveira Cruz está com dores há uma semana e ao saber do teste rápido, procurou fazê-lo. "Quis fazer por ser mais rápido mesmo", comentou. Mesmo assim, o teste não apontou a doença. Conforme explicou o bioquímico da Unidade Regional de Pronto Atendimento (Urpa) de Lavras, o kit tem um período recomendado de uso para identificar a dengue. "Deve ser usado até o 7º dia, mas não é seguro, o correto é até o 4º dia. Após esta data, é possível dar um falso negativo", disse. Na cidade as ações ganharam reforço de 45 agentes da força-tarefa do estado. Além disso, todos os médicos e enfermeiros dos 17 Postos de Saúde da Família (PSFs) foram treinados para atender os pacientes nos bairros. "O objetivo é não só desafogar a Urpa, mas melhorar a qualidade do paciente que procura o PSF", frisou Fernanda Rufini, gerente da Vigilância em Saúde. Mortes em minas Gerais A Secretaria Estadual de Saúde confirmou na última sexta-feira (13) mais quatro mortes por dengue em Minas Gerais. Segundo o órgão, duas das vítimas são do Sul de Minas, das cidades de Três Pontas (MG) e Três Corações (MG). Até o momento, cinco pessoas morreram por causa da dengue em todo o estado em 2015. No total, foram confirmados 3.582 casos da doença em Minas Gerais.
EPTV
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