Nesta semana, o Centro de Acolhimento SOS Drogas completa 11 anos de atendimento aos mineiros. O trabalho do centro tem como finalidade orientar, gratuitamente, educadores, familiares e usuários de álcool e outras drogas do Estado. No ano de 2014, o CREAD realizou 115.501 atendimentos, sendo 97.395 por meio do LigMinas. Nos primeiros momentos do contato o demandante recebe informações básicas e, caso necessário, a ligação é transferida para um especialista. Após avaliação, os profissionais podem encaminhar os usuários para instituições especializadas em dependência química, da rede de saúde ou para grupos de mútua ajuda. As internações são voluntárias, ou seja, apenas com o consentimento do dependente químico. São disponibilizadas 27.420 vagas de internação por ano (2.285 vagas por mês), em três tipos de modalidades: ambulatorial, permanência dia e abrigamento temporário. O serviço é prestado por meio de convênio com 28 instituições distribuídas em todo o Estado. Maria Amélia Serafim é coordenadora do Grupo de Orientação à Família e acolhimento ao usuário do CREAD e ressalta a importância do serviço. “Eu acredito no trabalho do SOS Drogas. Temos grupos de orientação semanalmente e os retornos dos familiares e usuários são positivos. A equipe também está cada vez mais preparada, buscando especializações em dependência química”, diz a psicóloga. Uma história de sucesso João Hebert, de 39 anos, é ex-dependente químico e um exemplo bem sucedido dos casos que passaram pelo Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (CREAD). Ele iniciou o consumo de álcool nas festas familiares, quando tinha apenas 13 anos. A maior parte da família abusava da ingestão alcoólica, inclusive o próprio pai. “Tive um tio que faleceu por consequência do vício e outro que não conseguia manter-se nos empregos”, informa. Já aos 14 anos, estimulado por colegas na época, ele teve contato com a maconha. João já havia experimentado cocaína e crack e chegou a ser morador de rua, quando aceitou ser internado em janeiro de 2009, com o apoio de familiares e outras entidades. A decisão veio após uma partida de sinuca disputada contra alguns traficantes, valendo R$10. No momento em que João perdeu o jogo e disse que não tinha dinheiro para pagar a aposta, viu-se com uma arma apontada para a boca, mas foi golpeado por outro traficante com um taco de sinuca e desmaiou, o que ele acredita ter inibido a intenção de atirar do traficante armado. João foi liberado após nove meses de internação em uma unidade de tratamento para dependente químico. Depois disso, nunca mais fez uso de drogas. “Na linguagem popular, estou limpo, só por hoje”, enfatiza fazendo alusão a uma famosa frase dos grupos de autoajuda. Atualmente, João Hebert é assessor da Superintendência de Prevenção e Descentralização da Política sobre Drogas da Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS), além de atuar como palestrante nas unidades prisionais do estado, unidades terapêuticas e escolas. “Eu já disquei para o número 155, opção 1, e posso dizer que o SOS Drogas é hoje uma grande ferramenta no combate às drogas. Não é só pela vaga gratuita, mas pelo atendimento e acompanhamento tanto do usuário, quanto do familiar. Toda a família de um dependente fica doente com ele e não sabe como lidar com a situação. Nos grupos de orientação do CREAD, a família vai aprendendo a lidar com o desconhecido”, acrescenta. Fonte: https://www.seds.mg.gov.br |