Para fraudar o mel produzido por abelhas, as fábricas usavam açúcar invertido, também conhecido como xarope de açúcar.
Uma operação policial para combater a fabricação e venda de mel falsificado no Sul de Minas, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (18). Batizada de Xaropel, a operação envolveu a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e já cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens em Poços de Caldas e Campestre.
Os envolvidos são investigados pelos crimes de associação criminosa, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios, invólucro ou recipiente com falsa indicação e falsificação de selo ou sinal público.
A operação foi deflagrada quando o serviço de inteligência da PF apontou que um grupo, responsável por duas empresas em Campestre, produzia e comercializava mel adulterado desde 2018. Uma das fábricas chegou a ser interditada pelo Ministério da Agricultura, mas as autoridades receberam informações de que a unidade continuava operando.
Foram coletadas amostras em várias fases da fabricação do produto, que vão ser analisadas pela Polícia Federal e auditores do Ministério da Agricultura. Foram encontradas também embalagens com rótulos falsos contendo selos de inspeção federal falsos, rótulos sem qualquer identificação de onde era feito o produto.
Para fraudar o mel produzido por abelhas, as fábricas usavam açúcar invertido, também conhecido como xarope de açúcar, para fazer um produto muito semelhante ao mel original. Esse produto adulterado pode causar danos à saúde das pessoas.
Segundo a Polícia Federal, levantamentos realizados nos últimos três anos revelaram que as empresas investigadas adquiriram cerca de 800 toneladas de açúcar invertido (xarope de açúcar), utilizado como matéria prima para a produção do mel adulterado.
Em cerca de três anos, há indícios de que foram produzidas mais de 783 toneladas dessa substância. O produto era comercializado em cidades do Sul de Minas, mas chegava também a outras regiões mais distantes. Além de fraudar a fabricação do mel, os integrantes da organização criminosa adulteravam o registro do Sistema de Inspeção Federal (SIF). O Ministério Público Federal estima, com isso, um valor médio de R$ 18,4 milhões de lucro nesse período.
A Operação Xaropel prossegue e as informações poderão ser atualizadas conforme o desdobramento das investigações.
Fonte: Portal da Cidade