2 são presos e 50 terão que se explicar em investigação que apura propina em Itajubá

 



Ao menos 50 moradores que teriam se beneficiado das fraudes já foram identificados.


Mais duas pessoas foram presas e 50 moradores que teriam se beneficiado de esquema de propina para eliminar multas terão que se explicar. O balanço é parte do resultado da segunda etapa da Operação ‘Sentido Obrigatório’, que apura o pagamento de propina na Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI) de Itajubá.

Os investigadores foram a campo nesta terça-feira, 28, para cumprir mandados de busca e apreensão e um de prisão. Durante as buscas, porém, foram encontradas armas sem registro, o que levou à prisão de seu proprietário, liberado após pagar fiança. De acordo com a Polícia Civil, os dois presos são homens de 24 e 63 anos. Suas identidades não foram divulgadas.

Ainda de acordo com a investigação, as ações desta terça se concentraram nos suspeitos de realizar “a intermediação para baixas de multas municipais na JARI” de Itajubá.

Esses intermediadores seriam responsáveis por captar possíveis interessados em realizar a baixa de multas. Os nomes eram, então, repassados a Wilson Everton Ferreira de Farias, à época secretário de Defesa Social na gestão de Rodrigo Riera (MDB) e diretor da JARI.

Farias chegou a ser preso preventivamente no início deste ano, quando ainda exercia cargo de confiança na prefeitura, desta vez nos quadros da administração do atual prefeito Christian Gonçalves (DEM), que o exonerou pouco depois de o escândalo vir à público.

Depois de preso, ele ainda seguiu por cerca de um mês como diretor do Departamento de Gestão, chegando a receber seu salário integralmente enquanto estava preso.

Ao menos 50 moradores que teriam se beneficiado das fraudes já foram identificados.

Quem também terá que responder à Justiça pela corrupção praticada na JARI de Itajubá, são os moradores que se beneficiaram da baixa de multas a partir do pagamento de propina. As investigações já identificaram 50 delas. “Todas as pessoas identificadas serão intimadas para prestar esclarecimentos”, adianta a Polícia Civil.

Outra má notícia para os envolvidos é que a Operação Sentido Obrigatório não tem data para acabar. Segundo a PC, ela ainda seguirá ampliando seu foco de investigação para “para identificar outras práticas criminosas”.



Primeira fase da operação mirou venda de CNHs

A primeira etapa da ‘Operação Sentido Obrigatório’ foi desencadeada em abril deste ano, com o cumprimento de cinco prisões e 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Itajubá e Maria da Fé, no Sul de Minas, e em Belo Horizonte.

A investigação teve como alvo crimes de corrupção ativa e passiva que envolvem a compra de Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Fonte: Rede Moinho