Sindicato denunciou escolas que teriam recebido alunos e professores com sintomas do novo coronavírus.
Pelo menos três escolas no Sul de Minas foram denunciadas pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro) por descumprirem as regras de prevenção ao novo coronavírus.
A Escola Santos Anjos e o Serviço Social da Insdústria (Sesi) em Varginha, além do Instituto Presbiteriano Gammon, de Lavras, teriam tido alunos e professores com sintomas da COVID-19 e apenas suspenderam parcialmente as aulas presenciais.
De acordo com o sindicato, os casos chegaram através de denúncias de professores que relataram medo de serem contaminados ao permanecerem nas salas de aula com outros funcionários e alunos com sintomas da COVID-19.
Em nota publicada pelo sindicato, professores também relataram terem sido pressionados para não falar nada a respeito de possíveis casos do novo coronavírus na escola.
Diante da denúncia, o sindicato pediu à vigilância sanitária para fiscalizar os protocolos sanitários para avaliar a possibilidade de transferir as aulas para o ensino remoto de todas as turmas das escolas, e não apenas aquelas em que houve casos suspeitos ou confirmados.
“O momento atual exige de todos nós muita cautela, já que diversos epidemiologistas alertam para a possibilidade de uma 3ª onda da pandemia no Brasil. A própria Secretaria Estadual de Saúde não descarta essa possibilidade, diante da nova variante do vírus, a indiana, cuja presença já foi confirmada em Minas. Então nossa luta, desde o início, sempre foi em defesa da vida, e a nossa avaliação é de que as escolas deveriam funcionar integralmente de forma remota”, afirmou a diretora do Sinpro Minas, Mônica Cardoso.
Na nota divulgada pelo sindicato, apenas duas escolas foram citadas. Mas por telefone, a diretora disse que o Sesi também foi denunciado para a Vigilância Sanitária.
“O Sesi suspendeu as aulas porque alguns professores testaram positivo. O sindicato fez um acordo com o Sesi, que uma vez por mês vai testar os professores. Essa semana, fizemos a testagem nos professores e alguns deram positivo, mas assintomáticos. O problema é que eles não testaram outros funcionários que tiveram contato com esses professores. Uma nova denúncia também foi feita à Vigilância Sanitária, porque as aulas já foram suspensas, mas precisa afastar esses funcionários que não foram testados ou fechar a escola”, diz.
Respostas
O Colégio dos Santos Anjos, em Varginha, publicou nota de repúdio após denúncia do sindicato na tarde desta sexta-feira (28/5). “Falta com a verdade”, disse direção do colégio.
Em nota, a instituição disse que adota medidas para proteger alunos, funcionários, terceiros e as próprias religiosas que moram no prédio escolar. “O Colégio dos Santos Anjos segue todas as orientações dos Órgãos de Saúde e trabalha com as determinações legais do Governo Federal, Estadual e Municipal. Por várias vezes, implantou o sistema 100% remoto, sempre com o objetivo de proteger vidas e contribuir com a sociedade no combate à Pandemia. Essas medidas são avaliadas conjuntamente com o Poder Público”, afirma.
O colégio admitiu que afastou, na última quarta-feira (26/5), um professor do Ensino Médio, que teve contato com uma pessoa testada positivamente para a COVID-19. Segundo a diretoria, o educador não teve sintomas e vai fazer o teste neste sábado (29/5).
“A Direção do Colégio ainda reforça que o SINPRO-Minas falta com a verdade quando diz que os docentes relatam pressão por parte da Direção e medo de serem infectados, pois este não é o clima organizacional desenvolvido na unidade escolar”, ressalta.
SESI
Em nota, o Sesi informou ao Estado de Minas que:
"O SESI-MG, cumprindo os protocolos sanitários municipais, estaduais e da Organização Mundial da Saúde (OMS), referentes à pandemia,e o Manual de Retorno às aulas da entidade, previamente pactuado com pais e responsáveis, suspendeu as atividades presenciais em suas Escolas de Varginha desde a última quinta-feira, 27 de maio.
A suspensão das aulas presenciais se deu após a testagem positiva para Covid-19, no dia 27/5, de quatro professores da entidade que atuam em Varginha. Os pais foram imediatamente comunicados e as aulas seguirão exclusivamente de forma remota até o dia 11 de junho.
Os professores estão afastados das atividades presenciais nasEscolas também por pelo menos 14 dias, assim como todos os empregados que tiveram contato próximos com eles. Todos estão assintomáticos, em isolamento e recebendo do SESI-MG toda a assistência necessária.
O SESI-MGreforça que, no caso das aulas presencias, todas as medidas recomendadas pela OMS foram tomadas e que os alunos e responsáveis receberam o Manual de Retorno às aulas da entidaade, com instruções sobre a adoção do distanciamento social em todos os ambientes da escola, disponibilização de álcool 70% em todos os espaços comuns e a medição de temperatura na entrada da unidade. Também reforça que todos os professores e demais funcionários em Varginha são testados quinzenalmente.
Esclarecemos também que as aulas presenciais são opcionais e que o SESI-MG continua oferecendo aos alunos a possibilidade de assistirem as classes de forma remota."
Gammon
O Instituto Presbiteriano Gammon ainda não se manifestou.