Produção da cidade do Sul de MG é a primeira feita no local e alcançou o segundo lugar. Café de Venda Nova do Imigrante (ES) foi o vencedor do Cup of Excellence - Brazil 2020.
Por causa da pandemia, a 20ª edição do Cup of Excellence precisou se adaptar. Para escolha dos melhores cafés especiais do Brasil, mais de 729 amostras foram enviadas de todo o território nacional para juízes de oito países. A cerimônia de premiação foi toda transmitida pela internet.
“Foi um desafio enorme, a gente chegou a pensar no começo do ano em não realizar o concurso. Alguns países que tradicionalmente fazem esses concurso também desistiram no primeiro semestre. Mas ai nós chegamos à conclusão de que com uma safra maravilhosa que nós tivemos esse ano, não era possível não fazer. A gente precisa fazer o concurso sim. E ai, adotando todas as medidas sanitárias, fizemos todo um protocolo internacional para a degustação para fazer todo esse trabalho. E conseguimos realizar”, destacou Vanúsia Nogueira, diretora Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês).
O concurso realizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais é o maior da categoria no Brasil e um dos maiores do mundo. Em 2020, o café vencedor foi produzido na fazenda Escondica, no município de Venda Nova do Imigrante, na região das montanhas do Espírito Santo. Ele alcançou 90,03 de pontuação na escala que vai até cem.
“As notas foram muito próximas uma das outras. Os juízes internacionais fizeram um trabalho muito mais racional, a gente diria, muito mais técnico, porque não teve essa emoção do envolvimento com todos nós. E foram muito rigorosos nas notas. As notas ficaram muito parelhas, muito parecidas umas com as outras. Isso mostra o altíssimo nível desses cafés”, disse a diretora da BSCA.
Pelas regras do concurso, além do vencedor, todas as outras trinta primeiras amostras vão para um leilão internacional, em dezembro, onde uma saca já chegou a ser vendida por mais de R$ 60 mil. Das melhores colocadas, mais da metade é do Sul de MG.
Uma lavoura em Cambuquira produziu o café que ficou em segundo lugar. E um detalhe: é a primeira produção desses pés de café que têm cerca de 30 anos.
O café cultivado na cidade da região teve nota superior a 89 pontos no concurso. A lavoura fica a 1.200 metros de altura. Foram produzidas 46 sacas de café especial.
“Eu tomei várias medidas. As medidas mais comuns forma a secagem bem feita, a colheita manual e seletiva, e a secagem no terreiro. É uma sensação muito boa de ter participado e sair na posição que eu sai”, comentou o agricultor Evandro Passos Clementino.
O café vice-campeão faz parte da recém-reconhecida área de denominação de origem da região da Mantiqueira de Minas.
“É de uma importância enorme porque nós estamos em uma região de cafés raros e surpreendentes. Com o segundo do Evandro, nos representando um café todas as características da nossa região. Isso nos dá uma alegria imensa de ter ele como nosso produtor ganhador”, comemorou Simone Carneiro de Morais Sousa, agricultora que faz parte da área denominada Mantiqueira de Minas.
Fonte: G1 Sul de Minas