Unifei, Unifal e Ufla afirmam que não devem retomar as atividades presenciais até o fim do ano.
No Sul de Minas, 105 cidades aderiram ao programa. Na onda verde, estão as cidades que liberaram os serviços não-essenciais com alto risco de contágio. Fazem parte deste grupo 29 cidades do Sul de Minas, entre elas, Itajubá, onde está a Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Na onda amarela, estão as cidades que liberaram os serviços não essenciais. Fazem parte 55 cidades da região, como Lavras, onde está instalada a Universidade Federal de Lavras (Ufla), e também Alfenas e Poços de Caldas, cidades que têm campus da Universidade Federal de Alfenas (Unifal). A onda vermelha se caracteriza pela liberação somente dos serviços essenciais e são 21 municípios sulmineiros nessa onda.
A Unifei afirmou que não retornará às atividades presenciais em 2020, independente da decisão municipal. A Ufla disse que vai manter o modelo de estudo remoto emergencial até o dia 18 de dezembro. Caso haja liberação pelas autoridades sanitários de retorno às aulas, a universidade já trabalha em um plano de contingência, visando a retomada das atividades a partir de 18 de janeiro.
Já a Unifal informou que entende que não é possível, nem recomendado, o retorno das aulas presenciais este ano. Mas que, caso haja alguma mudança, já existe um protocolo de condições e medidas necessárias, elaborado e aprovado pelo comitê institucional de enfrentamento e prevenção, para o retorno.
Momento da pandemia
O professor de epidemiologia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Sinézio Inácio da Silva Júnior, explicou que as regionais de Saúde onde estão localizadas as universidades vivem momentos diferentes em relação à pandemia.
“No caso de Lavras, que está na regional de Saúde de Varginha, qtem uma tendência ainda de crescimento, o município de Lavras também apresenta essa tendência. No caso de Itajubá, já é uma visão um pouco melhor, porque o município apresenta uma tendência de diminuição e a regional de Saúde ao qual ele pertence, tem um quadro de estabilidade. Alfenas, que é sede da Unifal, a cidade e a regional apresentam significativa tendência de crescimento”.
Diante do quadro, o professor avalia que é importante a avaliação não só da cidade, mas da regional onde ela está inserida, porque são referências de atendimento hospital de alta complexidade. “Nos casos das UTI’s, que em Alfenas já começaram a aumentar sua ocupação. Mais leitos de UTI não significa que a gente deva relaxar. A situação de viver uma UTI é preocupante”.
Covid entre universitários
O professor ainda alerta que a chamada taxa de transmissão pode ser maior entre universitários, o que traz uma preocupação a mais. “A chamada taxa de transmissão, ou seja, o quanto cada pessoa infectada pode infectar outras pessoas, pra Covid tem sido estimada, entre os mais otimistas, de 1,5 a 3. Isso é uma média. Agora, os segmentos populacionais podem ter diferenças entre eles. No caso do jovem universitário, e aú a gente deve ouvir com muita atenção e cuidado pra não criar preconceitos, da própria característica, da dinâmica social dele. E no caso do jovem universitário exatamente, ao voltar as aulas, por ter um contrato mais frequente com aglomeração, esse segmento pode ter a taxa de transmissão específica dele maior”.
Desta forma, Sinézio avalia que é preciso que seja clara a percepção do impacto que os jovens que circulam entre suas cidades e as cidades sede das universidades podem causar. Por conta disso, é fundamental a avaliação de indicadores.
“É preciso termos os cuidados que vem sendo falado, como evitar aglomerações, usar máscara e no caso das universidades, no caso de voltarem as atividades presenciais, ter aplicado o critério do distanciamento social, e criar chamados gatilhos, ou seja, acompanhar indicadores da cidade de avanço do número de casos e mortes. E indicadores que a doença pode estar aumentando entre os universitários. E, ao atingir, você começa a endurecer o distanciamento social”.
Fonte: G1 Sul de Minas