Moradores de Baependi e de Caxambu protestam contra aterro sanitário

Os manifestantes são contrários ao empreendimento por ser situado dentro de uma área rural repleta de nascentes e por alegarem que poderia ocorrer contaminação do lençol subterrâneo




Dezenas de pessoas se reuniram na tarde deste sábado (20/04), na Praça Monsenhor Marcos, (Praça da matriz), em Baependi, para fazer uma manifestação contra a instalação de um aterro sanitário projetado para receber resíduos de cerca 30 municípios da região. O projeto prevê a implantação da planta de recebimento de lixo e descartes, no bairro rural do Avanço, em Baependi, divisa com Caxambu.

A mobilização reuniu moradores das duas localidades, grupos de ciclistas, jipeiros, trilheiros e turistas das duas cidades. O funcionamento do aterro será próximo a BR 354. Os ativistas alegam que a porosidade do solo e o fato da profundidade do lençol freático não ter sido avaliada corretamente na época da seca. Em suas faixas e cartazes, pedem apoio da prefeitura e da câmara.

Segundo Neo Lara, representante do coletivo Viva Baependy, a saída para o lixo está na construção de uma usina de compostagem, triagem e reciclagem do lixo gerado pela comunidade, na organização de uma cooperativa de catadores de resíduos sólidos e na formação de um consórcio entre os dois municípios para tratamento e destino conjunto do esgoto. "Não queremos receber o lixo de mais de 25 cidades do Sul de Minas, como previsto no projeto", diz Lara.


Área imprópria

Há algum tempo atrás o tamanho da obra chamou a atenção dos moradores e o caso foi parar no Ministério Público. A obra chegou a começar e muita terra foi retirada do local.
Como a empresa não tinha licença ambiental para a construção de um aterro desse tamanho, a obra foi embargada, mas recentemente o grupo que acompanha a situação ficou sabendo que a empresa voltou a dar andamento ao processo.

O caso foi parar no MP. O órgão abriu um inquérito para apurar possíveis irregularidades na obra e qual o impacto ambiental do aterro. Por recomendação do ministério, a Agência Regional de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Grande (Arpa), emitiu um relatório sobre a área escolhida para a implantação do aterro.

No local foram identificadas várias nascentes. A qualidade da água foi identificada como Classe 1, o que impede a implantação desse tipo de empreendimento na região.


Com informações e fotos Estado de Minas e G1 Sul de Minas