A avaliação dos casos das pessoas com histórico de vacinação que tiveram a febre amarela confirmada por exames começou a ser feita no fim de fevereiro. A equipe formada por infectologistas, pediatras, epidemiologistas, enfermeiros e farmacêuticos fizeram uma investigação minuciosa, com análises de exames laboratoriais, entre outros, que confirmaram a doença.
Na avaliação, eles levaram em conta os seguintes critérios: presença de sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso suspeito de febre amarela, alterações laboratoriais compatíveis com a doença, resultado laboratorial reagente ou detectável para febre amarela, realizado em laboratório de referência, vínculo epidemiológico com casos confirmados e/ou epizootias (morte de primatas) nos municípios e/ou regionais de residência, e comprovação de vacinação para febre amarela através do cartão de vacina e/ou registro da vacina na unidade de saúde.
Foram constatados 16 casos de pessoas vacinadas e que contraíram a febre amarela. A média de idade dos moradores é de 21 anos, sendo casos entre sete anos e 86 anos. Do total, 68,7% são do sexo masculino, e 31,2% do sexo feminino. Um dos infectados recebeu duas doses da vacina, enquanto o restante apenas uma. Duas pessoas não resistiram aos sintomas.
Mesmo com a confirmação dos casos, a SES garante a eficácia da vacina contra a febre amarela. “De todos os casos de febre amarela que foram confirmados, somente 16 casos foram confirmados em pacientes vacinados, o que representa 3% deste universo de casos confirmados. Esta porcentagem está de acordo com a literatura científica, que descreve que a eficácia da vacina contra febre amarela é de 95% a 98%. Assim, a vacina é considerada altamente eficaz e segura na prevenção da transmissão do vírus, sendo ainda a principal medida a ser adotada”, disse a pasta por meio de nota.
A SES incluiu no balanço epidemiológico da doença, a categoria “inclassificável”. A pasta explica que trata-se dos casos de pacientes que foram vacinados até 30 dias antes do início dos sintomas. “Com isso, tornou-se necessário realizar a investigação para definir se era um caso de febre amarela silvestre ou evento adverso pós-vacinação (EAPV). No entanto, para alguns casos, as provas laboratoriais não foram conclusivas ou não haviam amostras adequadas para a realização do diagnóstico, não sendo possível fazer a diferenciação entre doença e EAPV. Desse modo, esses casos foram considerados 'inclassificáveis'”, explicou.
Ao todo, 41 casos se enquadram nessa nova categoria. Desses, 38 pessoas foram internadas e receberam alta. Outros três morreram.
Número de casos
A epidemia de febre amarela em Minas Gerais na temporada 2017/2018 vem perdendo força logo no fim de seu ciclo. Mesmo assim, é a pior já registrada no país. Desde julho do ano passado, 177 pessoas morreram com a doença, e outros 351 foram infectados, superando a temporada anterior (2016/2017), que contabilizou 475 casos e 162 óbitos. Seguem sendo investigadas 64 notificações, sendo que destas, cinco óbitos.
Fonte: Estado de Minas