Professores da rede estadual de ensino estão em greve por falta de pagamento dos salários. Desde 2016 o governo tem feito o pagamento de forma escalonada. A primeira parcela deste mês foi paga para apenas uma parte dos servidores de educação. No Sul de Minas, 143 professores de escolas estaduais aderiram à greve.
Esta é a segunda vez que os profissionais da educação entram em greve neste ano. Segundo professores, além de pegar apenas a metade da parcela prevista para o 5º dia útil de junho, o governo do estado informou que não tem dinheiro em caixa para pagar o restante.
A primeira paralisação foi entre os meses de março e abril e durou 43 dias. A reivindicação na época era o pagamento do piso nacional. Agora os professores pedem para que o governo cumpra no mínimo o pagamento do salário escalonado nas datas definidas pelo próprio governo.
"Nós já vamos ter a 2ª parcela agora no final da semana, sendo que nós não recebemos nem a 1ª parcela. Nós já tivemos o 13º salário parcelado, nós já estamos aí há 1 ano com nosso salário parcelado e nós não temos uma resposta de quando isso vai melhorar e o que nos entristece mais é que a educação é a única categoria que está com esse parcelamento, com essa incerteza e nós não convivemos com incerteza, nós temos as nossas contas para pagar", diz a professora Mariele Costa.
Na Superintendência Regional de Ensino em Varginha, a adesão é de 60%. Das 90 escolas, 54 estão paralisadas total ou parcialmente. Já em Pouso Alegre e em Passos, a adesão é de 90%. Em Poços de Caldas, 70% das escolas aderiram à greve.
Os professores pedem para que o governo volte a fazer o pagamento dos salários sem parcelar. Segundo uma das professoras, ela tem pagado cerca de R$ 450 por mês só de juros no atraso das contas.
"Fica muito apertado. A gente vai somando e esse dinheiro que a gente poderia usar para uma compra de supermercado, para a padaria do mês inteiro, isso vai para o cartão de crédito, então está começando a virar uma bola de neve", diz a professora Valesca de Souza Pinto.
A Secretaria de Estado da Fazenda justificou que o atraso no pagamento dos professores foi pela queda de R$ 300 milhões na arrecadação tributária, causada pela paralisação dos caminhoneiros. Disse ainda que na sexta-feira pagou R$ 1,5 mil para os servidores que estão trabalhando e que nesta terça-feira (19) pagará R$ 1 mil aos aposentados.
Ainda conforme a secretaria, os valores restantes, tanto para ativos quanto para inativos, serão pagos à medida que o caixa se normalizar. Ainda segundo a Secretaria de Fazenda, a data do pagamento da 2ª parcela está mantida para a próxima segunda, dia 25 de junho.
Fonte: G1 Sul de Minas