Vacinação contra a febre amarela é prioridade em Minas Gerais

Mesmo já passada a epidemia, cerca de 4 milhões de pessoas ainda não buscaram a imunização



No início deste ano, Minas Gerais vivenciou uma situação atípica com relação à febre amarela. Mesmo sendo uma área endêmica, propícia ao surgimento de casos e, portanto, recomendável para a vacinação, a doença avançou rapidamente pelo estado, resultando em um número elevado de mortes.

Em 2017, até o momento*, foram notificados 1.147 casos de febre amarela silvestre no estado, sendo 446 confirmados para a doença. Quanto aos óbitos, foram 209 notificações até o início desta semana*, sendo 159 confirmados para Febre Amarela Silvestre. (*Dados atualizados em 26/6/2017 - sujeito a modificações. Confira aqui o boletim completo).

Diante desse cenário, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), entre outras medidas para conter o avanço da doença, reforçou a campanha de vacinação, primeiramente na região leste, a mais atingida pelos primeiros casos da doença, e depois nas demais regiões do estado.

Para a superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Deise Aparecida dos Santos, esse bloqueio vacinal permitiu, a partir de março de 2017, uma redução significativa no número de casos notificados e confirmados de febre amarela.

“O declínio da curva de transmissão sinalizou o controle do surto nas áreas atingidas do estado. Podemos, hoje, considerar que Minas Gerais apresenta uma estabilização do cenário epidemiológico”, reforça a superintendente.

O último caso confirmado de Febre Amarela, cuja transmissão ocorreu no estado de Minas Gerais (autóctone), teve o início dos sintomas no dia 18/4/2017. Após essa data, houve o registro de um caso importado do estado do Mato Grosso, com início dos sintomas em 10/05/2017.

“Após a estabilização do cenário epidemiológico, a entrada de casos notificados e de epizootias de primatas têm ocorrido de maneira esporádica. O último caso humano foi notificado em 6 de junho e, após investigação epidemiológica, foi descartado”, completa a superintendente.

As campanhas de vacinação alcançaram resultados bastante expressivos em Minas Gerais, que apresenta atualmente a cobertura acumulada (2007 a 2017) de cerca de 80% da população imunizada contra a doença. No entanto, como a meta estipulada pelo Ministério da Saúde é que 90% da população seja vacinada, é preciso reforçar a importância da imunização.

“Cerca de 4 milhões de pessoas ainda não se vacinaram e esse número traz um alerta a toda população. Sabendo que o vírus da febre amarela circula no estado, as pessoas não vacinadas, uma vez infectadas, podem desencadear um novo surto da doença”, ressalta a coordenadora de Imunização da SES-MG, Eva Lídia Medeiros.

Atualmente, as três regiões de saúde com menor cobertura vacinal acumulada para a febre amarela abrangem as seguintes regionais: Regional de Pouso Alegre, com 64,13%; Manhumirim, com 64,88%; e Regional de São João Del Rei, com 65,53%.

“Nas regiões onde não houve relato de casos humanos ou de epizootias, a população procurou menos os postos de vacinação. Salientamos, no entanto, que a medida mais importante para prevenção e controle da febre amarela é a vacina. Por esse motivo, toda a população que reside ou que se desloca para áreas com recomendação de vacina, deve se imunizar na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa”, destaca Eva Lídia.

A partir de abril de 2017, o Ministério da Saúde passou a adotar dose única da vacina contra a febre amarela para as áreas com recomendação de vacinação em todo o país, segundo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).





Monitoramento

Apesar da estabilização do cenário epidemiológico, apenas com entrada pontual de casos notificados, a SES-MG manteve a Sala de Situação para enfrentamento da emergência até o final do mês de abril.

Após o encerramento das atividades da Sala de Situação, as ações de vigilância e controle passaram a ser realizadas dentro da rotina do Programa de Vigilância e Controle da Febre Amarela, abrangendo a vigilância de casos humanos, vigilância de coberturas vacinais, vigilância de epizootias de primatas não humanos e vigilância entomológica.

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Fonte: Agência Minas