Adolescente mineiro, transplantado nos EUA, pede ajuda em vídeo para voltar para casa


O adolescente de Campos Gerais (MG), que há quase dois anos passou por um transplante de intestino nos Estados Unidos, gravou um vídeo junto com a mãe pedindo ajuda para que os dois pudessem voltar ao Brasil. Antônio Gleiber Cassiano Júnior, o Juninho, recebeu alta do hospital em Miami, EUA, no final de janeiro e desde então aguarda a liberação de recursos por parte do governo brasileiro para compra de passagens e manutenção de seu tratamento no seu país origem. A expectativa era que o retorno acontecesse ainda em fevereiro. “Eu queria muito passar meus 18 anos no Brasil”, disse o jovem no vídeo veiculado na página em rede social “.

Em um vídeo postado em uma rede social, ao lado do filho, sua mãe Alessandra, faz um desabafo e pede ajuda. “Amigos, o momento é de união! Nosso #Juninho está no mais completo abandono por parte do governo brasileiro. É medicamento que atrasa; é retorno ao Brasil que não acontece. A família dele inteira está sofrendo muito e precisamos de ajuda para fazer um barulho! Ele já está nos Estados Unidos há mais de um ano e meio, longe do irmão, num país cuja a língua é estranha, sem estudar… Ele e a família precisam de apoio para #Voltar”.

Assista no link abaixo o vídeo emocionado da mãe do menino Juninho

https://www.facebook.com/juntocomjuninho/videos/1113939562085415/

Portador de uma doença rara, a “Síndrome do Intestino Ultracurto”, o mineiro viveu dos 14 aos 16 anos uma verdadeira batalha pela vida até conseguir passar pela cirurgia em um hospital norte-americano. Desde agosto de 2016, Juninho aguarda autorização para continuar no Sul de Minas os tratamentos de que necessita, mas a demora em encontrar uma clínica que ofereça o acompanhamento adequado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil atrasou seus planos.
Juninho e a mãe, Alessandra: nos EUA há quase 2 anos, eles falaram da saudade do Brasil e da necessidade de continuar o tratamento do mineiro (Foto: Reprodução/Facebook/Junto com Juninho)


Em janeiro, a clínica foi localizada em São Paulo (SP), mas, de acordo com a mãe de Juninho, Alessandra Marques Ribeiro, a parte burocrática, que depende do governo brasileiro, não foi resolvida.

“A gente está aguardando a consulta pra ele em São Paulo, senão nós não podemos ir embora daqui de Miami. Nós estamos esperando os medicamentos do Juninho para chegar no Brasil”, disse na gravação. “Nós estamos aqui, praticamente abandonados. Não sabemos a linguagem daqui”, disse, bastante emocionada ao falar da saudade que sente da família, que está em Campos Gerais.

Aparentando estar em boa recuperação, Juninho também falou no vídeo sobre sua situação nos Estados Unidos e a urgência em garantir a manutenção de seu tratamento quando voltar para a casa. “O que eu preciso agora é dos meus remédios, os imunossupressores, senão tudo o que fiz aqui, quando eu chegar no Brasil, vou perder tudo. Nada faz sentido na verdade, se eu perder as coisas assim”, afirmou.

“Estou precisando também que a Justiça pague as passagens para eu ir embora, para mim e minha mãe irmos embora. Tenho que voltar a estudar, muita saudade da família. Meu aniversário é dia 3 de março. Quero muito passar meu aniversário com minha família”, disse o mineiro.


Busca por transplante
A doença que afetava Juninho começou a se agravar em outubro de 2014. No início do ano seguinte, ele teve que ser submetido à retirada de 95% do intestino delgado, órgão responsável pela absorção de nutrientes e minerais. A partir de então, só um transplante poderia salvar sua vida. A família descobriu que em Miami havia um hospital bem sucedido nesse tipo de procedimento, considerado delicado, e conseguir o dinheiro necessário para bancar as despesas se tornou mais um desafio.

A história do mineiro logo mobilizou muita gente dentro e fora da internet. Festa na cidade natal e campanha em rede social, por meio da página “Junto com Juninho”, foram organizadas para levantar recursos que ajudassem o garoto a enfrentar o período de recuperação do transplante. Uma decisão judicial obrigou o Ministério da Saúde a custear os gastos estimados em R$ 3 milhões com viagem, medicamentos e procedimentos médicos fora do país. No dia 12 de julho de 2015, ele foi operado.

Nos meses seguintes, o adolescente passou por um atendimento especializado para evitar que o corpo rejeitasse o novo órgão. Inicialmente, a expectativa era que ele voltasse para casa até dezembro de 2015, mas a data foi postergada para agosto de 2016 e, mais tarde, para dezembro.

Fonte: Equipe Positiva