QUEILA ARIADNE
Por mês, 300 mil litros das águas minerais Caxambu e Cambuquira são vendidos para mercados em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Entretanto, o potencial de envasamento é nove vezes maior e, para expandir a comercialização, a Compania de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) está buscando um parceiro privado. Em 10 de março, ela vai divulgar o resultado da consulta pública, encerrada nesta semana. A expectativa é assinar um contrato de R$ 25 milhões.
A Codemig é detentora da concessão e busca um sócio para os próximos 15 anos, podendo prorrogar esse período. A última parceria foi com a Copasa, que envasou as águas minerais de 2007 a 2015, quando rompeu o contrato amigavelmente.
Desde então, a Codemig assumiu a gestão e implementou um modelo para manter as operações. Entretanto, como elas continuaram deficitárias, a companhia busca um parceiro capaz de envasar pelo menos 12 milhões de litros por ano, ou seja, 1 milhão de litros por mês. A meta é o triplo do volume comercializado atualmente.
Por meio da assessoria de imprensa, a Codemig destaca que pretende “maximizar o retorno econômico para o Estado e a sociedade, considerando sempre a gestão eficiente dos recursos públicos. Além disso, a empresa objetiva fomentar novos modelos de negócio e ampliar as vantagens competitivas do nosso Estado, propiciando ainda a geração de emprego e renda”, destaca nota.
A assessoria informa ainda que, desde que reassumiu a unidade de negócios de águas minerais, a Codemig tem mantido a atividade produtiva e conservado os ativos em patamares adequados de operação, apesar dos contínuos prejuízos registrados.
Pelo edital da licitação, o futuro sócio terá que repassar de 25% a 50% do lucro líquido. Pelas exigências, o novo sócio privado terá que ter grande experiência no mercado, com ampla distribuição e efetiva penetração em grandes redes.
Durante 20 anos, a Superágua, empresa do grupo Supergasbras, envasou as águas de Caxambu e Cambuquira, além de Araxá e São Lourenço. A concessão venceu em 2001, mas ela continuou a explorar até junho de 2005, quando a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), proprietária dos parques das águas, cancelou a concessão.
Dois anos depois, a Copasa assumiu. Entretanto, em 2015, desistiu da operação, alegando que decidiu paralisar as atividades devido à crise hídrica. “A Águas Minerais de Minas (subsidiária criada para administrar o operação) historicamente sempre foi deficitária, com prejuízo anual na ordem de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões”, justificou a Copasa na época, por meio de nota.
Formato. A Codemig pretende realizar a licitação na modalidade pregão presencial. Vencerá quem der a maior oferta para participar do negócio por um período de 15 anos.
Parques continuarão liberados
O processo de licitação para encontrar um sócio privado para a gestão das águas minerais em Cambuquira e Caxambu, no Sul de Minas Gerais, não envolve diretamente os parques das águas das duas cidades. A administração continuará a cargo das prefeituras, por meio de convênios com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). O acesso do público aos parques permanecerá liberado, sem qualquer alteração.
O chamado Circuito das Águas – que além de Cambuquira e Caxambu, também inclui Lambari e São Lourenço, no Sul de Minas, e Araxá, no Alto Paranaíba – atrai milhares de turistas que viajam em busca das fontes com propriedades medicinais. As águas são famosas por terem poderes curativos.
Em 2007, a Codemig investiu na revitalização dos parques, sendo R$ 1,4 milhão em Cambuquira, R$ 1,3 milhão com Lambari e R$ 2,9 milhões com Caxambu. A gestão e comercialização das águas minerais de São Lourenço são feitas pela Nestlé.
FOTO: CODEMIG/DIVULGAÇÃO |
Administração dos parques das águas continuará com prefeituras |