Orientação da Secretaria de Estado é manter cartão de vacinação em dia.
O trabalho de prevenção contra a febre amarela em áreas rurais do Sul de Minas se intensificou nas duas últimas semanas com o aumento no número de casos suspeitos e confirmados da doença no estado. A região ainda não é considerada de alto risco para a febre amarela, mesmo assim, os municípios têm sido orientados a reforçar a vacinação junto a moradores que estão fora da zona urbana, uma vez que os casos confirmados da doença têm se concentrado em locais próximos a matas.
"A orientação da Secretaria de Estado de Saúde é de reforço na vacinação e verificação de cartões na zona rural", diz Silvia Regina Pereira da Silva, secretária de saúde de Pouso Alegre (MG), cidade que tem 7,5% da população vivendo na zona rural, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Mas não estamos em campanha ainda, até porque não temos vacina suficiente para isso."
Em Varginha (MG), a população rural representa 3% dos moradores e um número maior do que normalmente é destinado a esse setor foi repassado para os postos. Em Poços de Caldas (MG), a situação se repete.
O secretário adjunto de Saúde, Flávio Lima e Silva, conta que há reforço nos trabalhos das seis unidades de saúde que atendem as pouco mais de 10 mil pessoas residentes em áreas rurais. “A nossa ideia é que todos os moradores da zona rural fiquem com a carteira de vacinação em dia e imunes à doença”, afirma.
Carteira de vacinação em dia
A febre amarela por um vírus que tem como principal transmissor o mosquito Haemagogus, comum em áreas silvestres. Na área urbana, o mosquito Aedes Aegypti, conhecido pela transmissão de dengue, zika e chikungunya, pode se tornar um novo transmissor da febre amarela se picar uma pessoa com o vírus contraído do Haemogogus. Além de reduzir a vulnerabilidade da população rural à doença, garantir que a vacinação esteja em dia é uma barreira a mais para evitar que ela chegue aos centros urbanos e se torne uma epidemia.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) acredita que, neste momento, apenas o número de doses enviado regularmente às regionais que estão fora da área de surto, concentrada na região dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, é suficiente para atender a população, considerando como reforço o incentivo para que os moradores deixem o cartão de vacinação em dia.
Neste ano, as quatro regionais de saúde do Sul de Minas, localizadas em Alfenas (MG), Passos (MG), Pouso Alegre e Varginha receberam 161 mil doses que já estavam previstas para distribuição entre as cidades que ficam na sede e no entorno, mas, com a grande procura, muitos postos estão desabastecidos na região.
Em Poços de Caldas, 3 mil doses foram aplicadas e em Pouso Alegre, foram 2,5 mil. Novos pedidos foram feitos e a Secretaria de Estado de Saúde garante que, apesar desses contratempos, a vacina vai ser garantida.
"O quantitativo que vem sendo distribuído diz respeito apenas às doses encaminhadas às regiões onde há casos suspeitos e prováveis da febre amarela, assim como casos de epizootias (morte de primatas) em investigação. Para as outras áreas de Minas Gerais, a distribuição das vacinas segue o fluxo rotineiro, uma vez que a vacina já consta no calendário de vacinação do estado", informou o órgão por meio de nova enviada ao G1.
De acordo com último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado nesta quinta-feira (26), Minas Gerais recebeu até agora 486 notificações de casos de febre amarela, dos quais 84 foram confirmados. Do total de casos confirmados, 40 pessoas morreram da doença.
A maioria das mortes e dos pacientes que têm o quadro clínico investigado se concentra no Norte e Nordeste de Minas. As áreas de Teófilo Otoni (MG), Governador Valadares (MG), Coronel Fabriciano (MG) e Manhumirim (MG) têm recebido atenção especial, com doses extras da vacina e contratação de mais profissionais para atuar nos postos. O aparecimento de animais que podem ter morrido de febre amarela nesses locais também é investigado e aumenta a preocupação.
Delfinópolis, no Sul de Minas, até a manhã desta sexta-feira (27), apenas um caso de morte por febre amarela havia sido confirmado na região, o de um morador de 52 anos da zona rural de Delfinópolis (MG), na região de Passos. Ainda há dois casos suspeitos de pessoas que viajaram do Estado de São Paulo para a cidade e contraíram a doença.
No entanto, na cidade que tem 30% dos habitantes morando na zona rural, a recomendação recebida pela Secretaria Municipal de Saúde continua a mesma de cidades como Pouso Alegre e Poços de Caldas.
"Não mudou em nada o trabalho que estamos fazendo contra a febre amarela, porque, principalmente depois que a primeira suspeita foi levantada, reforçamos o trabalho das equipes junto aos moradores. Estamos vacinando, fazendo a busca de primatas e dando orientação, segundo a determinação da regional de saúde", explicou a secretária Luciana Rodrigues.
Busca por animais mortos e 'rumores'
Na zona rural, as equipes de vigilância também têm sido orientadas a ficarem atentas ao aparecimento de animais mortos, especialmente de macacos, que podem ter o vírus da febre amarela. O estado já enviou para análise laboratorial o material coletado de macacos encontrados mortos em 19 cidades mineiras para identificar se há ligação com a doença. Ainda conforme o relatório epidemiológico estadual, há outros 79 casos notificados como "rumor", dos quais seis estão no Sul de Minas.
As notificações foram enviadas das cidades de Poços de Caldas, Caldas (MG), Claraval (MG), Toledo (MG), Ibitiúra de Minas (MG) e Campestre (MG) e são classificadas no relatório como "rumor" porque, apesar do alerta, nenhum corpo de animal foi encontrado ou não foi possível coletar material para exames devido ao estado de decomposição ou condições de armazenamento do corpo.
"A ocorrência de rumor não altera a sistemática da vacinação", afirma a SES. "De toda forma, o registro é mantido e o monitoramento é realizado sistematicamente para tentar identificar novos casos", observa.
Fonte: G1 Sul de Minas
"A orientação da Secretaria de Estado de Saúde é de reforço na vacinação e verificação de cartões na zona rural", diz Silvia Regina Pereira da Silva, secretária de saúde de Pouso Alegre (MG), cidade que tem 7,5% da população vivendo na zona rural, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Mas não estamos em campanha ainda, até porque não temos vacina suficiente para isso."
Em Varginha (MG), a população rural representa 3% dos moradores e um número maior do que normalmente é destinado a esse setor foi repassado para os postos. Em Poços de Caldas (MG), a situação se repete.
O secretário adjunto de Saúde, Flávio Lima e Silva, conta que há reforço nos trabalhos das seis unidades de saúde que atendem as pouco mais de 10 mil pessoas residentes em áreas rurais. “A nossa ideia é que todos os moradores da zona rural fiquem com a carteira de vacinação em dia e imunes à doença”, afirma.
Carteira de vacinação em dia
A febre amarela por um vírus que tem como principal transmissor o mosquito Haemagogus, comum em áreas silvestres. Na área urbana, o mosquito Aedes Aegypti, conhecido pela transmissão de dengue, zika e chikungunya, pode se tornar um novo transmissor da febre amarela se picar uma pessoa com o vírus contraído do Haemogogus. Além de reduzir a vulnerabilidade da população rural à doença, garantir que a vacinação esteja em dia é uma barreira a mais para evitar que ela chegue aos centros urbanos e se torne uma epidemia.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) acredita que, neste momento, apenas o número de doses enviado regularmente às regionais que estão fora da área de surto, concentrada na região dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, é suficiente para atender a população, considerando como reforço o incentivo para que os moradores deixem o cartão de vacinação em dia.
Neste ano, as quatro regionais de saúde do Sul de Minas, localizadas em Alfenas (MG), Passos (MG), Pouso Alegre e Varginha receberam 161 mil doses que já estavam previstas para distribuição entre as cidades que ficam na sede e no entorno, mas, com a grande procura, muitos postos estão desabastecidos na região.
Em Poços de Caldas, 3 mil doses foram aplicadas e em Pouso Alegre, foram 2,5 mil. Novos pedidos foram feitos e a Secretaria de Estado de Saúde garante que, apesar desses contratempos, a vacina vai ser garantida.
"O quantitativo que vem sendo distribuído diz respeito apenas às doses encaminhadas às regiões onde há casos suspeitos e prováveis da febre amarela, assim como casos de epizootias (morte de primatas) em investigação. Para as outras áreas de Minas Gerais, a distribuição das vacinas segue o fluxo rotineiro, uma vez que a vacina já consta no calendário de vacinação do estado", informou o órgão por meio de nova enviada ao G1.
De acordo com último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado nesta quinta-feira (26), Minas Gerais recebeu até agora 486 notificações de casos de febre amarela, dos quais 84 foram confirmados. Do total de casos confirmados, 40 pessoas morreram da doença.
A maioria das mortes e dos pacientes que têm o quadro clínico investigado se concentra no Norte e Nordeste de Minas. As áreas de Teófilo Otoni (MG), Governador Valadares (MG), Coronel Fabriciano (MG) e Manhumirim (MG) têm recebido atenção especial, com doses extras da vacina e contratação de mais profissionais para atuar nos postos. O aparecimento de animais que podem ter morrido de febre amarela nesses locais também é investigado e aumenta a preocupação.
Delfinópolis, no Sul de Minas, até a manhã desta sexta-feira (27), apenas um caso de morte por febre amarela havia sido confirmado na região, o de um morador de 52 anos da zona rural de Delfinópolis (MG), na região de Passos. Ainda há dois casos suspeitos de pessoas que viajaram do Estado de São Paulo para a cidade e contraíram a doença.
No entanto, na cidade que tem 30% dos habitantes morando na zona rural, a recomendação recebida pela Secretaria Municipal de Saúde continua a mesma de cidades como Pouso Alegre e Poços de Caldas.
"Não mudou em nada o trabalho que estamos fazendo contra a febre amarela, porque, principalmente depois que a primeira suspeita foi levantada, reforçamos o trabalho das equipes junto aos moradores. Estamos vacinando, fazendo a busca de primatas e dando orientação, segundo a determinação da regional de saúde", explicou a secretária Luciana Rodrigues.
Busca por animais mortos e 'rumores'
Na zona rural, as equipes de vigilância também têm sido orientadas a ficarem atentas ao aparecimento de animais mortos, especialmente de macacos, que podem ter o vírus da febre amarela. O estado já enviou para análise laboratorial o material coletado de macacos encontrados mortos em 19 cidades mineiras para identificar se há ligação com a doença. Ainda conforme o relatório epidemiológico estadual, há outros 79 casos notificados como "rumor", dos quais seis estão no Sul de Minas.
As notificações foram enviadas das cidades de Poços de Caldas, Caldas (MG), Claraval (MG), Toledo (MG), Ibitiúra de Minas (MG) e Campestre (MG) e são classificadas no relatório como "rumor" porque, apesar do alerta, nenhum corpo de animal foi encontrado ou não foi possível coletar material para exames devido ao estado de decomposição ou condições de armazenamento do corpo.
"A ocorrência de rumor não altera a sistemática da vacinação", afirma a SES. "De toda forma, o registro é mantido e o monitoramento é realizado sistematicamente para tentar identificar novos casos", observa.
Fonte: G1 Sul de Minas