Em Muzambinho, MG, houve manifestação em trevo e panfletagem.
Das oito instituições de ensino ocupadas em Poços de Caldas (MG) pelo movimento estudantil contra a reforma do ensino médio e o teto dos gastos públicos, sete foram desocupadas nesta quarta-feira (9). As desocupações ocorreram em cumprimento a um mandado judicial e foram acompanhadas pela Polícia Militar e por oficiais de justiça. Na cidade, apenas o campus da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) permanecia ocupado por estudantes no início da tarde.
Na Escola Estadual David Campista, as aulas foram regularizadas logo cedo. A instituição estava ocupada desde 18 de outubro e foi inclusa nos locais que tiveram a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adiado para dezembro.
Os alunos que integravam o protesto chegaram a deixar o prédio durante o período do exame, nos dias 5 e 6 de novembro, devido a um acordo feito com a Justiça dias antes, em uma tentativa de reverter a decisão do Ministério da Educação (MEC).
Nesta terça-feira (8), os ocupantes firmaram um novo acordo com a Superintendência Regional de Ensino para que as aulas fossem retomadas nesta quarta-feira. Em outras escolas, o cumprimento do mandado judicial, expedido pelo juiz José Henrique Mallman, da Vara da Infância e da Juventude de Poços de Caldas, aconteceu durante todo o período da manhã. A superintendência de ensino informou que os estudantes terão que repor 21 dias de aulas.
Teve protesto em campus do IF Sul de Minas
Em Muzambinho (MG), alunos do campus do Instituto Federal do Sul de Minas (IF Sul de Minas), que também chegou a ser ocupado nos últimos dias, fizeram na manhã desta quarta-feira um manifesto contra a reforma do ensino médio e o teto dos gastos públicos, que tramitou na Câmara dos Deputados como proposta de emenda à Constituição (PEC) 241 e agora é analisada no Senado como PEC 55.
Os estudantes se reuniram no trevo de entrada da cidade com faixas e cartazes de protesto. Eles ainda entregaram para os motoristas panfletos sobre o movimento. A manifestação aconteceu das 7h às 11h e não houve interdição do trânsito. O grêmio estudantil do campus informou que não há intenção de reocupar a unidade de ensino.
Movimento chegou a mais de 10 cidades da região
As ocupações de escolas no Sul de Minas começou em 18 de outubro, com a adesão de alunos da Escola Estadual David Campista, em Poços de Caldas, e chegou a mais de 10 cidades da região, acompanhando um movimento nacional de estudantes. A Susperintendência Regional de Ensino de Poços também foi ocupada, mas a manifestação foi encerrada na segunda-feira (7).
Nos dias 2 e 4 de novembro, o Ministério da Educação (MEC) divulgou uma lista de escolas ocupadas e que receberiam o Enem 2016. Por não terem encerrado o protesto até 31 de outubro, esses locais tiveram a aplicação das provas adiada para os dias 3 e 4 de dezembro.
No país, segundo o MEC, é estimado que 270 mil dos 8,7 milhões de inscritos para a edição 2016 do exame, realizado no último final de semana (em 5 e 6 de novembro), foram afetados pela decisão. No Sul de Minas, pelo menos 2 mil estudantes farão a dezembro. O MEC informou que dos 405 locais constantes na lista, quatro estão na região- todos eles ficam em Poços de Caldas.
Fonte: G1 Sul de Minas