Hospital Regional de Varginha já cumula dívida de R$ 30 milhões e médicos resolvem cruzar os braços depois de sete meses sem salários
A saúde no Brasil está na UTI, isso se deve ao descaso do governo federal, dos estados, dos municípios, a corrupção, a falta de planejamento e gestão. Também aos atrasos no repasse de verbas, que estão contribuindo para o endividamento desses hospitais, somente em Minas Gerais, segundo dados divulgados em junho deste ano, já chegava à marca de R$1,8 bilhão.
Em Minas Gerais, até junho, 319 hospitais filantrópicos, que dependem de repasse de dinheiro do SUS (Sistema Único de Saúde), têm uma dívida acumulada que, há quatro meses, já chegava a R$ 1,8 bilhão com salários de médicos, fornecedores e empréstimos bancários.
O Hospital Regional São Sebastião, em Santo Antônio do Amparo, os médicos cruzaram os braços no dia 27 de outubro por falta de pagamento, eles mantiveram no Pronto Socorro apenas o atendimento de casos mais graves e este mês, eles oficializaram à Câmara Municipal a paralisação total daquela casa de saúde. O hospital São Sebastião está sob intervenção judicial do município de Santo Antônio do Amparo desde o mês de maio deste ano, quando o prefeito Jorge Otaviano Costa Lopes, em nome do município, solicitou tal medida à justiça de Bom Sucesso.
Outro hospital que também já teve problemas neste segundo semestre e passa por sérias dificuldades é o setor de urgência e emergência da Santa Casa de São Sebastião do Paraíso.
Em Passos o a crise afetou o Hospital "Otto Krakauer", a instituição, que é referência em tratamento psiquiátrico no Sul de Minas, diz que o dinheiro repassado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não é reajustado há oito anos e que, em breve, não vai poder bancar mais os custos de funcionamento. O Otto Krakauer atende pacientes de 115 municípios do Sul de Minas.
Agora é o Hospital Regional de Varginha que está com dificuldades e os médicos daquela unidade de saúde já disseram que vão suspender os atendimentos por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Médicos de Varginha, os salários dos profissionais estão atrasados há 7 meses, desde abril. Por isso, o atendimento foi interrompido a partir de hoje, quinta-feira, dia 17. Apenas casos de urgência e emergência serão mantidos.
Ao todo, são 350 médicos que atuam no hospital, que atende várias cidades da região e de acordo com o sindicato da categoria, a dívida do hospital já chega a cerca de R$ 30 milhões.
Jornal de Lavras