Banco do Brasil fecha agências e cria plano de aposentadoria



O Banco do Brasil anunciou ontem uma reestruturação administrativa, com fechamento de agências e um plano de aposentadoria antecipada, num esforço para alinhar a sua lucratividade à dos bancos privados e para fortalecer a sua estrutura de capital para cumprir as regras de Basileia 3 sem precisar de aportes de capital do Tesouro Nacional.

Segundo fato relevante ao mercado, 379 agências serão transformadas em postos de atendimento (PAs) e outras 402 serão desativadas, num universo de 5.430 agências do banco federal, além de serem extintas 31 superintendências regionais.

Uma fonte explicou que serão fechadas agências que são muito próximas entre si, algo que é comum em São Paulo e Santa Catarina, onde o BB comprou a Nossa Caixa e o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc). Em outubro, o banco já havia fechado 51 agências. Nenhum município em que o BB está presente deixará de ser atendido com a reestruturação.

O BB também aprovou a abertura de um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) com foco em um universo de 18 mil funcionários que já são beneficiários do INSS ou que já cumprem os requisitos para aposentadorias do sistema público ou da Previ. Na reestruturação, serão fechados cerca de 9 mil cargos. Como incentivo, o banco oferecerá 12 salários mais uma indenização.

O Banco do Brasil estima em R$ 750 milhões a economia anual com as mudanças, sem considerar pessoal. Desse total, R$ 450 milhões seriam economizados com a nova estrutura organizacional e R$ 300 milhões com a redução de gastos com transportes de valores, segurança, locação, entre outros. As medidas não alteram o “guidance” do BB para os seus resultados de 2016.

A reestruturação faz parte do plano do presidente da instituição, Paulo Caffarelli, de fazer com que os resultados do banco federal voltem a se aproximar dos seus concorrentes do setor privado. O lucro do BB caiu a partir de 2012, quando a então presidente Dilma Rousseff determinou que o banco cortasse os juros para estimular a competição no setor bancário.

A queda nos lucros e a forte expansão da carteira de crédito do banco levou à erosão da estrutura de capital do BB, que passou a receber aportes de capital do Tesouro para cumprir os índices mínimos determinados pela legislação prudencial. Agora, o banco procura gerar recursos próprios para cumprir as regras de Basileia 3 e para sistema bancário.

O fato relevante também diz que o BB está fazendo a revisão e o redimensionamento de sua estrutura organizacional em todos os níveis hierárquicos, na direção geral, superintendências e nas agências bancárias. Essas medidas, informou, serão implementadas ao longo de 2017.

FONTE: Valor Econômico