Motivo é o registro de candidatas mulheres para o cargo de vereadora.
Candidato do PSD em São Tomé das Letras terá que pagar R$ 12 mil.
A Justiça suspendeu por 2 anos o processo de dois candidatos de São Tomé das Letras (MG) por suspeita de falsificação dos registros de candidatura de duas mulheres para o cargo de vereadora na cidade. Com a suspensão do processo, o candidato a prefeito, José Roberto da Silva (PSD), terá que pagar multa de R$ 12 mil. Já o candidato a vereador e coordenador de campanha, Paulo Vicente (PC do B), deverá prestar serviço social em um asilo durante 1 ano e 6 meses.
Para a Promotoria, a falsificação seria para preencher a cota de mulheres exigidas por lei. Os candidatos também não poderão viajar por mais de oito dias sem avisar a Justiça. As penas só começam a ser cumpridas em novembro. Segundo o Ministério Público, estas foram as condições para a suspensão do processo. Com a decisão, José Roberto da Silva e Paulo Vicente continuam normalmente na disputa eleitoral.
Cancelamento de candidaturas
A Justiça Eleitoral já havia cancelado as candidaturas de duas mulheres para o cargo de vereadora em São Tomé das Letras (MG). Segundo uma investigação da promotoria e da Polícia Civil, as assinaturas nos registros das candidatas teriam sido falsificadas.
O Ministério Público Eleitoral comparou as assinaturas do documento com outras feitas por elas e concluiu que eram diferentes. Ainda conforme a investigação, quatro pessoas estariam envolvidas na falsificação do registro. Para a promotoria, a intenção era preencher a proporção de 30% de mulheres exigida para lançar a chapa.
Maria Helena era candidata a vereadora em e diz que nem sabia. O número era o 23112 e o partido o PPS. "Sempre apoiei, mas nunca fui não", contou. Já Rita Pereira explicou o motivo que a teria feito se candidatar. "Eu não ia ser candidata, mas só para preencher a chapa, eu entrei. Porque faltou mulher no partido, no PPS", afirmou. Mas em depoimento à polícia, Rita teria dito que não tinha se candidatado e que a assinatura não era dela. "Ambas as mulheres escritas como candidatas ao cargo de vereadora negaram", disse o delegado Pedro Paulo Marques, da Polícia Civil.
O candidato a prefeito José Roberto da Silva era investigado pelo Ministério Público por envolvimento no caso. Ele concorre pela coligação "São Tomé de Volta ao Progresso", a mesma que incluiu as candidaturas das mulheres. "Não tem nada que eu fiz de errado. Eu, como candidato, não tem nada que eu fiz de errado", afirmou o candidato.
O coordenador da campanha, Paulo Vicente Sparn, também foi indiciado. Ele assumiu ter assinado os registros de candidatura. "No momento ali, eu achei que isso não traria todas as consequências que estão trazendo agora. Achei que o máximo que poderia acontecer é a juíza chamar os candidatos lá, eles confirmariam a candidatura", disse.
O Ministério Público pediu um exame grafotécnico nas assinaturas. Os outros dois indiciados são secretários de campanha eleitoral e disseram que não tinham conhecimento de qualquer irregularidade.
Fonte:G1 sul de Minas/EPTV