Evento realizado na ALMG reuniu especialistas na gestão dos recursos hídricos de todo o estado
Na solenidade de abertura, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sávio Souza Cruz, observou que datas como o Dia da Água propõem uma reflexão sobre a importância do tema e provoca ações. “Em Minas, nossa maior ação é a reestruturação do Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) que permitirá uma melhor distribuição das atividades pelo território mineiro”, afirmou o secretário.
A diretora-geral do Igam, Fátima Chagas, destacou o Relatório da ONU sobre Água e Emprego, que trouxe dados sobre a situação da água no mundo e sua ligação com o mercado de trabalho. “O estudo indica que três quartos dos empregos no mundo dependem da água”, observou Fátima. “É um desafio para todos estabelecer um nexo entre a preservação da água e os empregos”, completou.
Já o presidente do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, Hideraldo Buch, apontou a necessidade de fortalecimento dos colegiados que reúnem pessoas e organizações intimamente ligadas aos recursos hídricos de sua região. “Os comitês têm o trabalho de tentar minimizar os problemas no interior da bacia”, pontuou Hideraldo.
Durante a abertura, a diretora-geral do Igam entregou uma placa de homenagem a Heloisa Moreira Torres Nunes. Ela foi uma das responsáveis pela implantação do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) do Igam. A homenagem marcou ainda a celebração do dia do Meteorologista, comemorado em 23 de março.
Segurança hídrica
A palestra sobre Segurança Hídrica, proferida pelo professor Carlos Tucci, atualmente diretor da Rhama Consultoria Ambiental, foi o ponto alto da manhã. “A lei de recursos hídricos tem como um dos seus objetivos a gestão de eventos extremos, entendidos como situações limites de disponibilidade hídrica e cenários de inundação”, afirmou Carlos.
“A segurança hídrica é a preparação de medidas preventivas em situações de risco que coloquem risco à população, aos meios econômicos e ao meio ambiente”, acrescentou o diretor. Numa das extremidades, estão as inundações, em áreas urbanas ou ribeirinhas, e na outra estão os períodos de estiagem ou de seca, que é quando a falta de chuvas acontece por um período longo.
Carlos Tucci ressaltou que as mudanças naturais sempre existiram e fazem parte do clima do globo. “A história mostra diferentes relatos de civilizações que desapareceram ou se mudaram devido às condições climáticas, como os Maias, na América Central, e os índios Anassasis, nos Estados Unidos”, destacou. “O clima sempre mudou, nunca foi estável, embora as pessoas só percebam a variação dentro do ano”, completou.
Para o professor, independente da fonte da variabilidade climática, o ser humano precisa se adaptar às variações mais prolongadas de clima. “Um gerenciamento de riscos eficiente pode reduzir os impactos decorrentes de efeitos climáticos, seja nas áreas urbanas ou nas rurais”, finalizou.
Fonte: Agência Minas