“Um dia quero completar todas as espécies do Brasil”. É com essa afirmação que o fotógrafo e observador de pássaros, Jefferson Silva, busca uma marca pessoal, mas muito representativa para a natureza: registrar em fotografias todas as 22 espécies brasileiras de corujas existentes.
“Já fotografei 15, são 23 no total, mas destas, uma é consideradas extinta já, essa nunca mais: a Caburé-de-pernambuco. A espécie foi descrita recentemente, em 2002, baseado em dois exemplares taxidermizados (empalhados) da UFPE, procedentes da Reserva Biológica de Saltinho (PE) de 1980, conforme informação do site WikiAves (espécie de enciclopédia virtual das aves), mas não há registros do bicho, não há foto, por exemplo. Então, das 23, 22 são possíveis. Das 22, uma, a coruja-de-roraima, essa é complicada, porque para fotografar tem que ser de helicóptero com custo que pode chegar a 10 mil dólares, pelo menos é o único esquema que conheço. Talvez consiga fora do Brasil, na Venezuela ou Guiana”, comenta ele, esperançoso.
Mas é no Brasil que normalmente desbrava lugares e conquista os cliques de espécies raras. Sonhador, espera em breve completar o quadro com as corujas, bicho que na sua opinião é um dos mais lindos e fascinantes. “São fascinantes pela visão, silencio e alta capacidade de adaptação”, justifica. Uma das mais difíceis, caburé-acanelado, já foi clicada. Segundo Silva, essa espécie muitas pessoas ouvem, mas nem sempre é possível vê-la.
“Quero fazer duas viagens, talvez uma esse ano, talvez uma ano que vem… mas não sei ainda, não planejei minhas viagens desse ano ainda. Tenho que ir para Amazônia e para o Mato Grosso”, comenta, na expectativa de chegar, pelo menos, nas 21 espécies fotografadas.
Na Serra da Canastra, em Minas Gerais, por exemplo, pôde fotografar o jacurutu, maior coruja das Américas. “Meu coração deu uma disparada. Não acreditei que estava vendo esse bicho, a maior coruja das Américas. E ainda de dia, sob a luz do sol”, lembra ele, entusiasmado.
Fonte: SulMinas146