Cultivo de Uvas direcionadas a produção de vinhos finos em Três Corações

A técnica desenvolvida consiste na dupla poda das videiras, possibilitando a colheita das uvas no final de julho e início de agosto, quando o clima do município se torna ideal, permitindo que as uvas sejam utilizadas em produção de vinhos finos.




O desenvolvimento de novas técnicas também permite que culturas tradicionais de outras regiões se adaptem bem em Minas Gerais, gerando produtos de alta qualidade, como a produção de uvas para vinhos finos. A novidade está em Três Corações, no Sul do Estado, conhecida pela produção de café e localizada no polo turístico da Estrada Real.

A história foi iniciada há 12 anos, quando o médico Marcos Arruda Vieira se interessou pela ideia do pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Murillo de Albuquerque Regina em produzir vinho na região. Ao longo do período, várias pesquisas foram desenvolvidas na Fazenda da Fé, em Três Corações, propriedade de Arruda.

A técnica desenvolvida consiste na dupla poda das videiras, o que permitiu a colheita das uvas no final de julho e início de agosto, quando o clima do município se torna ideal, com dias mais secos e quentes e noites frias. As podas são feitas logo após a colheita da uva e, em dezembro, ocorre nova poda, mais radical, com isso, a planta floresce em meados de abril e as uvas podem ser colhidas no final de julho e início de agosto, período seco.

“O segredo para se produzir uma uva de qualidade é a diferença térmica do clima, que permite o amadurecimento correto da fruta. A região de Três Corações é propícia para isso, já que o inverno é seco. Com as duas podas e a colheita no período seco, conseguimos preservar a qualidade da uva e gerar um vinho especial”, disse Arruda. Ao longo dos anos foram testadas quatro tipos de videiras, sendo que a syrah obteve o melhor desempenho. Somente em 2010 foi conquistado o resultado esperado.

Área – A área cultivada em Três Corações é de 12 hectares, que produzem cerca de 6 toneladas de uva ao ano. Com o volume é possível produzir cerca de 5 mil litros de vinho. De qualidade diferenciada, a garrafa é comercializada em casas especializadas em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, a R$ 80, em média. O vinho Primeira Estrada, produzido na Vinícola Estrada Real, tem boa aceitação e vem servindo de exemplo para que novos produtores invistam no setor.

“Somos pioneiros e queremos incentivar o ingresso de novos produtores na fabricação de vinhos em Minas Gerais. Os resultados positivos que conquistamos, mostram como é importante investir em pesquisa, e a parceria com a Epamig foi fundamental para o sucesso. Acredito que em pouco tempo, a região será um destaque na produção de vinho de alta qualidade. Minas Gerais tem um potencial fantástico para isso”, disse Arruda.

Fonte: O Melhor do Sul de Minas