Um pequeno município do Sul de Minas Gerais ganhou destaque em 2015 pelo bom ensino oferecido às crianças e adolescentes. A cidade de Areado, que tem cerca de 15 mil habitantes, foi a 25ª colocada no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ioeb).
Pesquisa se propõe a medir quanto cada município contribui para o sucesso educacional dos alunos da cidade, seja da rede pública ou privada. Em uma escala que vai de 0 a 10, Areado ganhou nota 5,6. A média nacional é 4,5.
A conquista foi comemorada pela secretária Municipal de Educação, Maria de Lourdes Moreira, que atribui o bom desempenho ao comprometimento de todos os profissionais da área. “O trabalho deles é admirável. Vemos que realmente abraçam essa causa”, elogia.
Mas, como era de se esperar, outros fatores também influenciaram o resultado. Na cidade, a quantidade de crianças e jovens fora da escola – um dos critérios avaliados pelo Ioeb – é quase zero. Nos ensinos infantil e fundamental, sequer há lista de espera por uma vaga, diz a secretária.
Até no ensino médio, problemática etapa na área educacional em todo o Estado, foram poucos os alunos que evadiram, trocando os livros por uma vaga no mercado de trabalho.
O número de estudantes por sala de aula também justifica parte do sucesso da educação em Areado. “Até o ensino fundamental, são cerca de 20 alunos por turma. Isso faz uma enorme diferença porque o professor consegue dar um atendimento individualizado”.
Como consequência, a cidade também já se destacou no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), outro quesito de peso considerado pelo Ioeb. Nas avaliações do MEC, o município ganhou nota 7,2 – pontuação que, em tese, só será cobrada das cidades brasileiras a partir de 2021.
Maria de Lourdes ressalta que nada disso seria possível sem investimento. Enquanto a lei determina que pelo menos 25% das receitas de uma cidade sejam usadas no ensino, Areado aplica 38% do faturamento do município.
“Com isso, nossas oito escolas públicas competem em pé de igualdade com a única instituição privada que existe por aqui. Também devemos isso às famílias, que são bastante participativas e assumem suas responsabilidades”.