Se os relatos dos brasileiros nos últimos anos estavam sendo as viagens para o exterior, com mais frequência e mais familiares podendo usufruir dos passeios, tudo pode mudar. Com o dólar valendo absurdos em reais, a baixa produção do dinheiro em cada grupo familiar e a retração no consumo nos comércios, a opção para os que gostam de viajar pode ser o próprio Brasil.
Na opinião do turismólogo e presidente do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas (CTCSM), Ricardo Bustamante, os destinos ainda não conhecidos e o turismo de experiência pode trazer um novo fôlego para empresários e Poder Público.
“A tendência é o aumento do turismo doméstico, ou seja, os brasileiros viajarão mais dentro do país. Este cenário também fomenta a vinda de um maior número de turistas estrangeiros, principalmente o norte americano”, disse ele com relação ao cenário nacional.
Questionado sobre a sua região, no Sul de Minas, ele lembra que vivenciar a cultura local vai ser o maior atrativo para quem quiser explorar financeiramente o turismo.
“Já é realidade a busca pelo turismo de experiência, onde o visitante vivencia a gastronomia, a natureza e os atrativos locais da forma mais direta possível, se integrando a região escolhida. Neste cenário despontam as regiões do interior, que possuem equipamentos turísticos que favorecem o turismo de experiência, de forma espontânea e autentica como o Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas”.
Possuir empreendimentos estruturados para receber esses visitantes, estar com as Políticas Públicas caminhando em harmonia e preparar os atrativos naturais são algumas das dicas que o turismólogo citou na entrevista. Para ele, a comunidade é quem recebe o turista, direta ou indiretamente.
“Nós do Sul de Minas possuímos a característica da boa hospitalidade, com destinos turísticos seguros, que transparecem a tranquilidade e jeito mineiro de ser, encantando o visitante. Temos de constantemente procurar melhorar a experiências de nossos visitantes ultrapassando suas expetativas, pois a melhor forma de fidelização e promoção de um território é o boca a boca”, avalia Ricardo.
De acordo com o Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, a moeda norte-americana mais cara vai consolidar a posição de destaque do turismo brasileiro. Viagens domésticas já são responsáveis por 85% a 90% da economia do turismo, em outubro deste ano – com destaque para as capitais.
Congresso Nacional tem Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo
Até mesmo os deputados federais e senadores da República estão trabalhando com essa opção, o ‘Turismo para Driblar a Crise’. Uma Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo foi criada com mais 250 representantes, para discutir ações do setor. Entre as propostas: facilitar a emissão de vistos para visitantes estrangeiros, implantação da conta satélite do Turismo e a desoneração da cadeia produtiva.
Em recente seminário, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, defendeu que a atividade se imponha na agenda política do País, principalmente com a crise atual, que pode gerar oportunidade para o setor. “O turismo tem essa característica única nas vertentes econômicas deste país de estar presente em todos os cantos, e todas as camadas sociais. É preciso reforçar as atividades turísticas para que o turismo venha fazer parte de uma agenda forte, econômica, política e social do Brasil”, disse Alves.
Em 2014, segundo Henrique Alves, no Brasil, a atividade gerou cerca de quatro milhões de empregos e contribuiu com 3,5% do PIB. De cada quatro empregados no mundo, um é do setor do turismo.