Equipes de transplantes captaram rins, córneas, fígado e coração.
Durante a manhã deste domingo (27) equipes de transplantes realizaram a captação de órgãos do jovem Jhonatan Cândido Bernardes Bueno, de 24 anos, que foi baleado no olho por um amigo após uma discussão por um aplicativo de mensagens em Varginha (MG). A família decidiu doar os órgãos no final da noite de sábado (26) e até o final do domingo devem ser captados coração, rins, fígado e córneas.
Segundo o Hospital Bom Pastor, o jovem teve a morte encefálica confirmada na noite de sexta-feira e por volta das 9h30 do domingo, equipes do MG Transplantes e Incor, de São Paulo (MG) chegaram ao aeroporto de Varginha para fazer a captação. De acordo com o Ministério da Saúde, no dia 27 de setembro [neste domingo] é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos no Brasil, justamente para lembrar que um transplante pode salvar vidas.
Ainda de acordo com o hospital, o coração será o primeiro órgão a ser retirado pela equipe de São Paulo. Em seguida, fígado e rins pela equipe da MG Transplantes. As córneas devem ser retiradas pela equipe do Banco de Olhos do Hospital Alzira Velano, de Alfenas (MG).
O autor dos disparos, Clauber Antônio Correa Cardoso, de 34 anos, se apresentou à polícia e prestou depoimento, mas foi liberado porque é réu primário e se entregou espontaneamente. O advogado ainda precisa entregar a arma utilizada no crime para os policiais.
Pedido de Justiça e manifestação
Na noite de sábado (26),cerca de 200 pessoas entre amigos e familiares do jovem fizeram uma manifestação em Varginha, pedindo por justiça, já que o suspeito de atirar contra Jhonatan está em liberdade.
As pessoas participaram de uma missa em homenagem ao jovem na Igreja Matriz e em seguida foram para a Concha Acústica, onde ocorreu o protesto.
Discussão por app e crime
De acordo com a Polícia Militar, o advogado e um homem de 24 anos eram amigos e discutiram após uma brincadeira em um aplicativo de mensagens instantâneas por celular. Após o desentendimento, o homem se dirigiu à casa do advogado para continuar a discussão e então foi baleado no olho.
Segundo a Polícia Militar, Cardoso, que se disse arrependido dos disparos, não tinha porte de arma. O advogado vai responder o processo em liberdade. Para a polícia, o advogado disse que agiu sem pensar e que estava arrependido do que fez. Segundo o delegado reponsável pelo caso, os celulares das vítimas já foram pedidos para que as mensagens que motivaram a briga possam ser analisadas.
Conforme a PM, ele já tinha uma passagem pela polícia por agressão em 2007. Jhonatan Cândido Bernardes também tem passagens pela polícia por ocorrências como lesão corporal, desobediência e desacato à autoridade.