No dia 22 de julho, os 11 detentos integrantes do premiado coral Vozes da Cela, do Presídio de São Lourenço, no Sul de Minas, fizeram uma apresentação especial para os consultores do Ministério da Justiça que fazem parte da comissão avaliadora da etapa final do Prêmio Innovare. Editada desde 2004 pelo Instituto Innovare, uma organização da sociedade civil de interesse público, a premiação tem como objetivo identificar, premiar e disseminar boas práticas na área jurídica no Brasil.
Criado em 2008, o Vozes da Cela concorre pela primeira vez ao prêmio e já está classificado como uma das 80 melhores práticas dentre as 654 inscritas por instâncias e esferas da Justiça. A cerimônia de premiação se realizará em dezembro, em Brasília, com a presença de importantes autoridades, como ministros do Supremo Tribunal Federal, defensores públicos e juízes.
Grande incentivador de ações que contribuem para a ressocialização dos presos, o juiz da Vara de Execuções da Comarca de São Lourenço, Fábio Garcia Macedo Filho, foi quem inscreveu o Vozes da Cela no Prêmio Innovare. O magistrado autorizou a direção do Presídio de São Lourenço a constituir o coral e acompanha o grupo desde os primeiros ensaios. A atividade dá direito a remição de pena, à razão de um dia a menos para cada 12 horas de participação no coral.
“Eu poderia inscrever uma boa prática na categoria “Juiz” e, como acredito no projeto, acabei escolhendo o grupo. A ideia já tinha surgido nos anos anteriores, mas somente este ano foi possível concretizar a inscrição”, explica Macedo Filho.
O Vozes da Cela é um projeto de ressocialização com resultados tão positivos que o maestro e servidor do Presídio de São Lourenço José Henrique Martins, que acompanha o projeto desde o início, foi nomeado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) coordenador estadual de Atividades Artísticas e Culturais. A ideia é que práticas semelhantes sejam implantadas em outras unidades prisionais do estado.
Por: Flávia Lima
Foto: Divulgação Presídio de São Lourenço