Câmara instaura CPI para apurar churrasco de servidores em Caxambu, MG

Cerca de R$ 7,4 mil foram gastos para festa em Caxambu.
Segundo secretário, recursos seriam de programa de valorização.



Moradores de Caxambu (MG) querem explicações da prefeitura que teria gasto R$ 7,4 mil dos cofres públicos para a realização de um churrasco dado para profissionais de saúde da cidade. Os recursos teriam saído do oramento da Secretaria de Saúde. Uma CPI foi instaurada por vereadores do município para apurar o caso.

O jantar fez parte de uma reunião de funcionários da secretaria para comemorar as metas alcançadas no ano passado. O encontro foi regado a maminha, alcatra, picainha, arroz, farofa, vinagrete, pão e refrigerante. Cerca de 200 servidores participaram ao custo de R$ 37 por pessoa.

Por causa do churrasco, acusações de mau uso do dinheiro público respingaram na administração municipal. O secretário de Saúde rebateu as críticas e disse que tudo foi feito dentro da lei. Ainda conforme o secretário, o dinheiro usado no encontro seria de um programa do governo federal que quer qualificar as equipes de saúde. Segundo ele, para Caxambu foram destinados R$ 85 mil.

"A impressão que dá é que a gente foi para um sítio com piscina, outras coisas e não. Foi uma reunião de trabalho dentro do centro de convenções da prefeitura. É um programa (Pmaq) onde você também pode valorizar o profissional. Esse dinheiro saiu desse mesmo fundo, com dotação orçamentária própria, prevista, tudo dentro da legalidade", disse o secretário de Saúde, Hélder Vilela Siqueira.
Uso de verba pública para churrasco causa polêmica entre moradores em Caxambu (Foto: Reprodução EPTV- Centro de Convenções de Caxambu)

A justificativa não convenceu os moradores. No site da prefeitura, a nota de empenho que autorizou a liberação da verba diz que o dinheiro veio da manutenção das atividades do centro de odontologia.

O trabalho da CPI que vai investigar o suposto desvio deve durar 90 dias. Depois da conclusão dos trabalhos, um relatório será enviado ao Ministério Público.

"Ela vai ouvir todas as testemunhas, o secretário será ouvido, todos os documentos necessários serão utilizados para que se chegue à veracidade dos fatos", disse o presidente da Câmara, Denilson Martins de Souza.

Do G1 Sul de Minas