Segundo o delegado Márcio Savino, os suspeitos não conheciam as vítimas e queriam apenas roubar. Eles foram presos em casa, em Bom Jardim de Minas, e não ofereceram resistência. "O motivo do crime seria uma dívida de R$ 300 de um dos autores com o outro. Então, eles ligaram aleatoriamente para um taxista com intensão de roubar e matar", disse o delegado.
Um dos suspeitos tem 22 anos, é natural do Rio de Janeiro e estuda odontololgia em Juiz de Fora. O outro tem 20 anos e é natural de Santa Bárbara do Monte Verde. De acordo com Savino, eles confessaram o crime, com frieza, mas nenhum deles assumiu o assassinato. O delegado decretou a prisão preventiva dos suspeitos por 30 dias e eles foram encaminhados paraAndrelândia, onde ficarão na cadeia aguardando julgamento. Os jovens responderão pelos crimes de latrocínio, dano qualificado, ocultação de cadáver e a pena pode variar entre 30 e 50 anos de prisão.
Márcio Savino contou que os investigadores chegaram aos suspeitos através do depoimento de testemunhas e da quebra de sigilo telefônico. O delegado disse que o taxista foi morto primeiro e, depois, a filha dele, porque ela não parava de gritar. "Eles confessaram o crime, mas um fica empurrando as mortes para o outro. A arma do crime foi encontrada dentro do carro do estudante. Os rapazes presos não conheciam o taxista. Queriam apenas roubar. Como, no momento do assalto, o taxista relutou, eles atiraram e o mataram. Depois, mataram a menina porque ela não parava de gritar", afirmou o chefe da Polícia Civil.
Ainda de acordo com o delegado, pai e filha foram mortos em Bom Jardim de Minas. As vítimas teriam sido executadas no porta-malas do carro. Os supeitos, então, teriam queimado o táxi e os corpos das vítimas. O veículo foi encontrado no distrito de Manejo, Zona Rural deLima Duarte, e os corpos, em Santa Bárbara do Monte Verde. Márcio Savino informou que os dois suspeitos já têm passagem pela polícia.
A Polícia Civil montou uma verdaeira operação para prender os suspeitos. Participaram da ação, além de Savino, os delegados Rafael de Faria, de Andrelândia, e José Márcio Almeida, de Lima Duarte, e mais 22 policiais de Juiz de Fora, São João del Rei, Lima Duarte e Rio Preto.
"Estamos investigando outros roubos que teriam sido cometidos pelos dois. Ao que tudo indica eles realizam este tipo de crime. Outro indício é de que o estudante seja o autor das mortes, já que a arma do crime foi encontrada dentro do carro dele", afirmou o delegado, que prentende concluir o inquérito esta semana. "Em 12 anos de carreira, este foi um dos crimes mais complexos que já investiguei. Várias cidades envolvidas, nenhuma câmera de monitoramento, quase nenhuma testemunha. Foi bastante complexto", ressaltou Savino.
O taxista e a filha desapareceram na noite do dia 17 de janeiro deste ano, depois que ele saiu de casa, em Bom Jardim de Minas, para atender a um chamado, levando a filha para fazer companhia. Familiares, então, chamaram a Polícia Militar (PM) para registrar os desaparecimentos.
Os parentes contaram à PM que o taxista estava em casa quando recebeu uma ligação, pendindo um deslocamento de Bom Jardim até Capelinha do Pacau, na Zona Rural. Ele decidiu levar a filha, que segundo a família, tinha o costume de acompanhar o pai. Sem informações sobre eles desde a noite de sábado, familiares divulgaram nas redes sociais o desaparecimento e pediram informações.
Os corpos foram encontrados na tarde de domingo (18) e estavam cobertos por restos de borracha, que pareciam pedaços de tapetes de carro. Como a polícia já sabia do desaparecimento do taxista e da filha, e os corpos encontrados eram de um adulto e de uma criança, logo houve a suspeita. Restos de um pneu recentemente queimado também estavam espalhados no local. Peritos da Polícia Civil foram ao local. Familiares foram acionados e reconheceram as vítimas.
Horas antes, o carro do taxista foi encontrado incendiado no povoado de Manejo, na zona rural de Lima Duarte, na Zona da Mata. Moradores da região contaram à polícia que viram o carro seguindo em direção ao local na noite anterior. O veículo ficou totalmente destruído. As informações da placa e o número do chassi confirmaram que se tratava do táxi.
As testemunhas começaram a ser ouvidas na terça-feira (20). O taxista não tinha passagens pela polícia. A família informou à reportagem do MGTV que o corpo do taxista estava com um tiro na cabeça e outro no joelho. Já o da criança, com um tiro na cabeça.
Fonte: G1