Campanha de vacinação contra o HPV em Caxambu supera as expectativas

A estratégia de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) em Caxambu, aberta na última quarta-feira (12/03), conta com adesão acima do esperado.



A primeira etapa da imunização contra o HPV na cidade, ocorre até 31 de março, e o público-alvo da vacina são adolescentes do sexo feminino, que tenham entre 11 e 13 anos completos. A Coordenadora do Programa de Imunização do Município, Maria Fátima da Silva Pereira,  ressaltou que o percentual da população-alvo da estratégia já ultrapassa a meta determinada pelo governo, que é de 80%, e até o momento a média de adesão das meninas caxambuenses está acima de 90%.  Maria Fátima afirma que o sucesso da campanha deve-se a perfeita sintonia entre a parceria das Secretarias de Saúde e Educação, com a colaboração das escolas e dos pais das alunas. Durante a primeira semana não houveram recusas.
Esta é a a primeira de três doses da vacina, as outras são em seis meses e cinco anos. A segunda dose será aplicada no mês de setembro, na Policlínica, conforme orientação passada as adolescentes vacinadas.
A vacina está sendo aplicada nas escolas públicas e privadas. Em 2015, serão vacinadas as meninas de 9  a 11 anos completos e em 2016 a vacina estará no calendário básico de vacinação da adolescente a partir de 9 anos.

É a primeira geração de brasileiras que recebe a vacina contra o HPV, um vírus que é transmitido sexualmente e pode provocar lesões que levam a vários tipos de câncer - o mais comum, o de útero. A vacina é feita com quatro tipos de HPV - responsáveis por setenta por cento dos casos de câncer de útero e 90% das verrugas genitais - que podem aparecer em homens e mulheres.
Diferente de outras vacinas, como a da gripe por exemplo, que usa uma versões enfraquecidas do vírus, essa não tem o menor perigo de provocar uma infecção. É porque os vírus tem o DNA removido - sobra só o invólucro, como uma casca, que tem nela uma proteína chamada L1. É a essa proteína que o sistema imunológico reage, reconhecendo o vírus como invasor. Normalmente, o nosso organismo deveria fazer isso a cada vez que é invadido por um vírus. Só que, às vezes, demora a descobrir o ponto fraco do inimigo. E é aí, que o vírus tem tempo para se reproduzir e provocar uma doença. É por isso que a vacina é tão importante. Ela serve como um treinamento para os anticorpos. Assim se um vírus invade o organismo, esse exército de defesa imediatamente reconhece, ataca e destrói a ameaça.


Tire suas dúvidas sobre a importância da vacina contra o HPV

A vacina não imuniza contra outras doenças, como a aids. Por isso, o uso da camisinha continua recomendado, sempre - inclusive para evitar outros tipos de HPV que não estão cobertos pela vacina. O Papanicolau, o exame preventivo de câncer, que poderia evitar seis mil mortes por ano, também é essencial.
Além da vacina, é necessário fazer o Papanicolau a partir dos 25 anos.
No caso da adolescente tomar a vacina e já ter inciado sua vida sexual, não há contraindicação. O benefício é maior se a adolescente ainda não iniciou. Mas mesmo alguém que iniciou a atividade sexual, nessa ou em outra faixa etária, pode e deve tomar a vacina.
A partir dos 9 anos de idade pode se vacinar. E pode-se vacinar até aos 70 anos de idade.
A faixa etária foi definida pelo Ministério da Saúde, calculando custo e benefício.  Meninas ainda não expostas ao HPV desenvolvem a imunidade mais forte.

Meninos podem ser vacinados?
Os homens não só se infectam como têm doenças por HPV. Das quais, nós temos que destacar as verrugas genitais, o câncer do pênis, muito raro, mais câncer do canal anal e os tumores de cabeça e pescoço. idealmente nós devemos prevenir essas infecções e doenças em meninos e adolescentes também.
Contudo, quando as meninas são vacinadas, o risco de contaminação dos meninos cai muito. Mas eles podem ser vacinados, em clínicas particulares, pagando.

O HPV é um vírus que tem mais de 100 tipos diferentes, sendo que alguns provocam verrugas e outros estão ligados ao desenvolvimento de tumores. É transmitido através de relação sexual e o contágio também pode acontecer de mãe para filho, no momento do parto. Atualmente, está relacionado a infecções de região oral, genital, anal e da uretra, além de câncer de colo de útero, pênis, reto e orofaringe.
Uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença. Em relação ao câncer de colo do útero, estimativas apontam que 270 mil mulheres no mundo morrem devido à doença. Neste ano, no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos e cerca de 4,8 mil mortes. A orientação é para que as mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo (papanicolau) anualmente. A vacina não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais.

Por Roberta Pimenta/Jornal I9 Minas