Processo se dá com fungos que alteram as propriedades da bebida.
Trabalho levou 15 anos na Ufla para a descoberta dos novos gostos.
Com um trabalho pioneiro, pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla) conseguiram produzir um café com sabores de chocolate, caramelo e frutas, por meio de fungos que alteram as propriedades da bebida durante a fermentação. Foram 15 anos de pesquisa até conseguir os resultados do café, classificado como especial em Lavras (MG).
Durante uma década e meia, a pesquisadora Rosane Shwan e a estudante de doutorado Suzana Evangelista dedicaram-se a busca dos novos sabores da bebida. “Não é um processo simples, mas conseguimos chegar e levedura de caramelo, chocolate e um sabor cítrico, que tem gotas de tangerina. Uma etapa importante do processo é a pulverização dos grãos no terreiro de secagem com uma solução à base de leveduras. Essa parte dura em torno de 15 dias”, disse Rosane.
Entretanto, nos últimos três anos o foco da pesquisa foi analisar os micro-organismos existentes no café. Foram testados mais de 400 tipos e neste período o trabalho revelou três espécies de fungos que tinham capacidade de influenciar o sabor do café. Esses micro-organismos produziram substâncias capazes de alterar as propriedades da bebida.