Até setembro deste ano, a arrecadação com o envio de produtos agrícolas ao exterior somou US$ 11,6 bilhões, o maior valor da história.
Sob impacto da valorização do dólar neste ano, as exportações do agronegócio em Minas encerraram o mês de setembro com recorde histórico de arrecadação e já ultrapassando os valores contabilizados em todo o ano de 2021, mesmo com uma redução no número de países parceiros para envio dos produtos.
Balanço divulgado nesta terça-feira (11) pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) indicou que o envio de mercadorias ao mercado exterior somou US$ 11,6 bilhões nos primeiros nove meses de 2022.
No ano passado, o valor apurado foi de US$ 10,5 bilhões, até então o melhor resultado da história. Neste ano, o número de países que recebem as mercadorias do agro mineiro caiu de 176 para 169.
“O volume embarcado alcançou 10,7 milhões de toneladas, com aumento de 7% em relação ao período anterior. As vendas dos produtos agropecuários representaram 37,5% de todas as vendas de Minas Gerais para o mercado externo”, informou a Seapa.
O café foi o principal produto exportado, como de praxe. A receita da cafeicultura foi de US$ 4,4 bilhões. O valor representa um crescimento de 63% em relação ao registrado entre janeiro e setembro de 2021, segundo a pasta. Os grãos que saem das lavouras do Estado foram entregues para 80 países, com destaque para Alemanha e Estados Unidos, principais compradores.
O complexo da soja figura em segundo lugar com receita de US$ 3,2 bilhões com o embarque de 5,2 milhões de toneladas ao exterior. O crescimento é de 51% no valor e 18% no volume, conforme o balanço da secretaria. O valor consolidou-se como o melhor desempenho para o setor desde o início do acompanhamento da série histórica, em 1997.
A soja mineira foi destinada a 41 diferentes destinos. Entre os principais, destacam-se os China, Tailândia, Irã, Taiwan e Vietnã, que elevaram suas compras acima de 60%, na comparação com o ano anterior. As exportações de carnes também acompanham o cenário positivo e já registram o melhor desempenho da série histórica com US$ 1,34 bilhão e 320 mil toneladas exportadas.
Principal representante do segmento, a receita da carne bovina registrou pouco mais de US$ 1 bilhão com o embarque de 177 mil toneladas ao exterior. Desde 2018, a China segue como principal destino da proteína e, atualmente, é responsável por 77% dos embarques das carnes bovinas do estado. Já a carne de frango representou US$ 265 milhões com a comercialização de 128 mil toneladas.
A China permanece como o maior mercado importador, mas neste período houve importante acréscimo das vendas para os Emirados Árabes Unidos, somando US$ 43 milhões.
O setor sucroalcooleiro (açúcar e álcool) alcançou US$ 960 milhões, com a exportação de 2,5 milhões de toneladas. A receita do setor teve crescimento de 13,3% no período. Já produtos florestais como celulose, madeira, papel e borracha alcançaram US$ 637 milhões com a venda de 1 milhão de toneladas.
O segmento respondeu por 5,5% das vendas da pauta exportadora do agronegócio. "Os aumentos consecutivos nas vendas de café, soja, carnes e do complexo sucroalcooleiro foram importantes para esse desempenho.
A valorização dos preços vem ocorrendo de forma globalizada, em função de fatores conjunturais, como as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia, que afetam principalmente a exportação de grãos, adubos e fertilizantes, bem como a política de enfrentamento à Covid-19, estabelecida pela China", avalia o secretário Thales Almeida.
Destinos
Os principais destinos foram China (US$ 3,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,2 bilhão), Alemanha (US$ 1,1 bilhão), Itália (US$ 537 milhões) e Bélgica (US$ 528 milhões). Houve a estreia de 13 novas parcerias: Luxemburgo, Mianmar, Zâmbia, Samoa, Mayotte, Nigéria, Guadalupe, Burkina Faso, Andorra, Nauru, Malta, Terras Austrais Francesas e Etiópia.
Fonte: O TEMPO