O ex-sacerdote negou ter cometido qualquer violência e afirmou que as relações mantidas com os monges eram consentidas.
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que investigava o ex-padre Ernani Maia dos Reis e o indiciou por cometer violência sexual mediante fraude contra três monges em Monte Sião, no Sul de Minas. A informação foi publicada pelo Portal Uol e confirmada pelo R24.
Os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2011 e 2018, quando o então padre comandava o mosteiro Santíssima Trindade, de Monte Sião, que integra a Arquidiocese de Pouso Alegre. Reis nega ter cometido os crimes.
As investigações começaram em outubro do ano passado a pedido do Ministério Público, depois que uma série de reportagens do Portal Uol revelou o caso com relatos de diversas testemunhas. Além de desencadear o inquérito policial, as reportagens levaram o Papa Francisco a desligar oficialmente Ernani da Igreja Católica. O anúncio foi feito pela Santa Sé em 1º de outubro de 2021.
Ex-padre negou acusações em depoimento
As investigações contra o ex-padre foram conduzidas pelo delegado Daniel Leme Amaral, lotado em Monte Sião. Ele interrogou Ernani no dia 7 de dezembro do ano passado. Na oportunidade, o ex-sacerdote negou ter cometido qualquer violência e afirmou que as relações mantidas com os monges eram consentidas.
De acordo com a reportagem do Uol, Ernani teria cometido abuso contra 8 monges, que, à época, possuíam idades entre 20 e 43 anos. Outras 11 pessoas teriam sido vítimas de constrangimentos e agressões verbais.
Ao concluir o inquérito, porém, o delegado Daniel Leme Amaral encontrou indícios de que o ex-padre cometeu contra três vítimas o crime previsto no artigo 215 do Código Penal brasileiro: “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.”. A pena prevista é de dois a seis anos de reclusão.
O ex-padre ainda não se manifestou quanto ao indiciamento. Seu advogado, João Humberto Alves, disse ao portal Uol que seu cliente “pretende se manifestar apenas nos autos”.
Após a conclusão do inquérito policial, o caso é repassado ao Ministério Público estadual. Caberá ao órgão decidir se oferece a denúncia contra o ex-padre à Justiça ou se a arquiva. Caso a denúncia seja oferecida e o Judiciário a aceite, será instaurado uma ação penal, quando Ernani se converteria em réu.
Fonte: Rede Moinho 24