Um suspeito de 33 anos foi preso após negociar a compra de um notebook do professor que seria vendido pela internet.
O professor que foi encontrado morto dentro de casa em Varginha, no Sul de Minas, levou 54 facadas e tentou se defender das agressões, segundo informações da perícia realizada pela Polícia Civil. Um suspeito de 33 anos foi preso após negociar a compra de um notebook do professor que seria vendido pela internet, nesta quarta-feira (20). José Wilton Andrade Junior, de 52 anos, foi encontrado morto dentro de casa na última segunda-feira (18) e teve vários pertences de sua casa roubado.
"De acordo com a necrópsia foram 54 facadas, além disso, tinha sinais de defesa da vítima, o que demonstra que houve luta corporal sim", afirma o delegado Leonardo Sousa Lima. A motivação para o crime e se há envolvimento de mais pessoas ainda são investigadas pela Polícia Civil. O professor estava usando apenas um tapa-sexo e a casa dele tinha muito sangue no dia da morte.
Suspeito preso nega crime, mas polícia defende participação dele
O veículo e outros pertences roubados do professor, foram encontrados nesta quarta, na cidade de Três Pontas, também no Sul de Minas Gerais, onde um suspeito também foi identificado e foi feito o pedido de prisão preventiva dele. O homem negociava o computador pelas redes sociais. Ele se entregou na delegacia de Três Pontas junto de um advogado e foi encaminhado para Varginha onde prestou depoimento.
O suspeito preso negou qualquer participação no crime. Ele alega que estava comprando o computador acreditando que fazia uma compra de forma lícita. No entanto, a polícia acredita que ele tem ligação direta com a morte do professor. "O depoimento dele foi vago, ele apresentou uma versão de que apenas tinha ciência do notebook e adquiriu de terceiros, mas também não apresentou nenhum elemento para sustentar essa versão. Ele forneceu material genético para que possamos confrontar com todo esse trabalho da perícia técnica e médica que foi realizado no local dos fatos", informou a delegada Regional de Varginha, Renata Fernanda Gonçalves.
No entanto, apesar da negativa, a Polícia Civil acredita que ele tem sim participação no crime. Ele foi encaminhado ao sistema prisional. Por enquanto mais detalhes sobre o envolvimento deste suspeitos não serão divulgados para não atrapalhar as investigações.
O crime
O professor foi encontrado morto dentro de casa, na noite desta segunda-feira (18), com várias facadas, o corpo nu e usando apenas um tapa-sexo - peça que cobre apenas o órgão sexual da pessoa.
De acordo com o boletim de ocorrência, o homem foi encontrado por uma irmã dele. Ela disse que conversava todos os dias com o professor pelas redes sociais e que, nesta segunda, ele não respondeu às mensagens dela, o que gerou a desconfiança da mulher.
Ela foi até a casa da vítima, que morava sozinha, e percebeu que os animais estavam muito agitados. Mesmo após ela chamar por várias vezes, o irmão não atendeu o portão. Ela decidiu olhar sobre o muro e viu o corpo de Junior. A mulher acionou a Polícia Militar que entrou na casa após cortar a cerca elétrica e pular o muro da vizinha.
Dentro da casa, os policiais encontraram o professor caído no chão da sala nú, usando apenas um tapa sexo, cobrindo o órgão sexual masculino, ensanguentado, com sinais de violência e já apresentando rigidez cadavérica.
A vítima, segundo o boletim de ocorrência, sofreu múltiplas facadas no tórax, abdômen, costas, mãos e braços. Havia marcas de sangue por toda a residência, e pegadas de tênis e de chinelo. Os animais de estimação da vítima estavam fechados em um quarto, onde foram encontradas duas facas, que podem ter sido utilizadas no crime. Foram roubados do professor um celular, um notebook, o carro dele, um Corsa, e a base de um telefone sem fio.
O delegado Leonardo Sousa Lima, que investiga o caso, disse que pelas apurações iniciais da perícia o crime ocorreu entre 24h e 48h atrás. "É válido dizer que o crime aconteceu na casa da vítima e que não havia sinais de arrombamento. O que indica que o autor teria sido convidado. É claro que é só uma linha investigativa. Além disso, pode ser um crime contra o patrimônio, ou seja, um latrocínio, porque alguns bens foram subtraídos da residência. Ao final, ele fugiu com o carro da vítima. O crime ainda está em investigação e ao final esperamos encontrar a autoria para a execução penal", explicou.
Familiares contaram que Junior era homossexual, estava solteiro e às vezes mantinha alguns relacionamentos com pessoas que conhecia em sites de relacionamento. A família contou que ele não fazia uso de bebidas alcoólicas, embora tivessem embalagens desse tipo na casa.
Fonte: O Tempo