Remessa seguia para Governador Valadares, mas injeções tiveram que ser descartadas após falha no transporte
O Governo de Minas admitiu nesta semana que perdeu quase 10 mil doses de vacina contra a Covid-19 enquanto distribuía os imunizantes para os municípios. Uma falha no equipamento que controla a temperatura das caixas onde as injeções são armazenadas pode ter sido o motivo do prejuízo.
No total, 9.600 doses que seriam entregues para Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce, estragaram. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que detectou o problema ainda durante o transporte aéreo e, assim, o município não chegou a receber as vacinas danificadas.
Todo o conteúdo de uma caixa teve que ser inutilizado. O caso ocorreu no dia 11 de maio, durante a divisão da 28ª remessa enviada pelo Ministério da Saúde. Mas a perda só veio à tona recentemente. Para evitar atraso na vacinação de Valadares, as 9.600 doses foram repostas pela SES.
"A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece que, durante o trajeto de envio das doses para o município de Governador Valadares, no dia 11/5, por via de aérea, uma das caixas de transporte apresentou variação de temperatura, o que pode ter ocorrido por causa de uma possível falha do logger (registrador de temperatura) que vai dentro da caixa, que registrou uma temperatura abaixo de 2º", explicou a pasta.
O Estado informou que foi a única vez que apresentou ocorrência de excursão de temperatura, e que a perda das 9.600 doses corresponde a 0,07% de todas as doses distribuídas. "Segundo o vacinômetro, até o momento, já foram enviadas 12.459.590 doses aos municípios mineiros", reforçou.
Em nota, a prefeitura de Valadares frisou que não chegou a receber as doses estragadas. "Ressalta ainda que todas as doses encaminhadas para Governador Valadares estavam dentro dos padrões de segurança determinados pelo Ministério da Saúde", destacou.
Prejuízo
Até o momento, a SES confirma que perdeu quase 12 mil doses de vacina contra a Covid-19 por vandalismo, falta de energia elétrica, além de falhas em equipamentos e no transporte. Desde o início da campanha de imunização, o Estado enviou ao Ministério da Saúde 39.269 doses para serem avaliadas após a constatação de algum procedimento errado que possa ter comprometido a eficácia da vacina. E, deste total, exatas 11.764 doses tiveram que ser inutilizadas.
Integrante do Comitê de Combate à Covid-19 em Belo Horizonte e presidente da Sociedade Mineira de Infectologista, Estevão Urbano considera as perdas acima do limite aceitável. Para ele, é preciso reforçar as práticas de treinamento, educação e logística para evitar novos desperdícios.