Dados apontam 956.534 mortes até o final de junho, número 67,7% maior que a média histórica; ao mesmo tempo, 1.325.394 nascimentos foram contabilizados, menor registro desde 2003.
A pandemia de Covid-19 também reflete em mudanças nos dados demográficos do país.
Dados dos cartórios de registro civil aponta que, pela primeira vez na história do país, os cartórios registraram mais mortes e menos nascimentos. Eliana Lorenzato Marconi, diretora da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, a Arpen Brasil, acredita que a realidade pode mudar com a imunização contra a Covid-19.
“A gente espera que agora com vacinação que isso também comece a mudar, mas infelizmente o panorama que a gente tem nesse momento é esse”, afirmou. Ao todo, os cartórios registraram 956.534 óbitos até o final do mês de junho, número 67,7% maior que a média histórica de óbitos no país, e 37,3% maior que os ocorridos no ano passado.
Com relação aos nascimentos, o Brasil registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 1.325.394 nascimentos, número 0,09% menor que no ano passado.
Eliana Lorenzato Marconi também falou sobre o impacto da pandemia no crescimento vegetativo. “Essa diferença vai influenciar e já influenciou no menor crescimento vegetativo desde 2003 que é quando a gente tem esse início dos dados”, explicou.
Segundo o levantamento feito pela Arpen do Brasil, número de casamentos realizados influi diretamente na natalidade. E com a redução das cerimônias houve esse impacto nos dados. “Com esse retorno que a gente tem sentido a gente acha que a médio prazo os nascimentos vão aumentar.
Em dois anos a gente consegue reverter, voltar a média que sempre foi”, estima a diretora. Até junho deste ano foram registrados 372.077 casamentos civis, número 28,9% maior que os 288.750 matrimônios realizados no ano passado, embora o índice seja 18,6% menor que em 2019.