Homem é condenado a quase 200 anos de prisão por estuprar enteadas, no Sul de Minas

 Abusos pioraram durante período de isolamento social, segundo as investigações. Menina mais nova, de 10 anos, tem deficiência intelectual.



A pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MP), a Justiça condenou a 199 e 11 meses de prisão um homem acusado de abusar de duas crianças, suas enteadas, durante o ano de 2020, em Alfenas. A dosimetria da pena levou em conta a prática de 13 crimes de estupro contra as menores, além de crimes por induzi-las a acessar conteúdo pornográfico, lesão corporal e vias de fato, com os agravantes da reincidência, do contexto de relação doméstica e de ocorrerem em período de calamidade pública provocada pela disseminação da covid-19.

Conforme apurado pela 5ª Promotoria de Justiça de Alfenas, na época dos fatos, o homem convivia, há cerca de oito anos, em união estável com a mãe das vítimas. Neste contexto familiar, inclusive marcado por violência doméstica contra a mulher, a partir do início de 2020, o condenado passou a molestar sexualmente suas enteadas, de 10 e 12 anos de idade, quando a companheira estava trabalhando.

Contra a garota mais nova, que possui diagnóstico de retardo mental leve, o estupro foi cometido por quatro vezes e também houve a prática de vias de fato. Já a menina mais velha foi estuprada por nove vezes e agredida fisicamente pelo padrasto. Por duas vezes, o homem induziu as enteadas a assistirem conteúdo pornográfico, para com elas praticar atos libidinosos.

Segundo as investigações, apesar de os abusos terem começado nos meses anteriores, houve um avanço nas práticas criminosas após o início do período de isolamento social em função da pandemia de covid-19, quando o homem começou a obrigar as vítimas a praticar sexo com ele. “Tais práticas se repetiram por incontáveis vezes", informa o promotor de Justiça Frederico Carvalho de Araújo, que assina a denúncia.

Para esconder suas práticas abusivas e hediondas, segundo apurado, o denunciado ameaçava as vítimas. Uma delas, a mais velha, começou a ser molestada após tomar conhecimento da violência suportada pela irmã e dizer que iria denunciar o agressor. “Os fatos apenas foram revelados porque uma das meninas, estando no limite de seu sofrimento, contou para sua avó materna os atos hediondos praticados pelo denunciado”, afirma trecho da denúncia.

Conforme a decisão da Justiça, o condenado cumprirá pena em regime inicialmente fechado e não poderá recorrer em liberdade. As informações foram divulgadas pelo Tribunal de Justiça (TJ), de Minas Gerais.

Fonte: Alfenas Hoje