Morador de Caxambu, Sul de Minas, descobre uma Herança Familiar de Cinco Séculos

Nessa véspera de Natal, deixamos para vocês a inspiração de uma história de determinação, persistência e de descobertas surpreendentes.



Imagine descobrir uma herança familiar de um parente que faleceu há mais de 50 anos, seria bom, não é mesmo? Mas isto não ocorre com tanta frequência, você concorda?! Agora, imagine descobrir uma herança de cinco séculos, ou seja, de parentes que viveram há 500 anos, quando o Brasil ainda era apenas uma colônia, e melhor ainda, conseguir colocar as mãos nesta herança! 
E é isto que está ocorrendo com um morador de Caxambu, nascido em Cruzília-MG. Seu nome é Alessandro; Ele sempre foi muito questionador com seus pais e tios, não compreendia o motivo pelo qual seus antepassados abandonaram inúmeros sobrenomes e acabaram ficando apenas com o sobrenome “Silva”, e por não obter resposta convincente, decidiu pesquisar por si mesmo e saiu à procura de cartórios de registro em busca de documentos familiares. De pronto, descobriu parentes em outras cidades que já foram prefeitos, vereadores, e que deram pistas de onde ele poderia aprofundar sua pesquisa, e ao aprofundar descobriu antepassados respeitados no cenário regional, delegados, juízes, barões, fundadores de povoados, famosos bandeirantes e etc. Após mais ou menos 10 anos de intermináveis viagens a Cartórios, cemitérios, hospitais, tribunais, museus, bibliotecas, asilos e igrejas, conseguiu traçar toda a rota usada pelos seus antepassados que vieram da Península Ibérica e chegaram ao sul de minas. Retornando a Portugal, teve uma surpresa, os clássicos da genealogia lusitana já tinham traçado esta mesma rota, em diversos ramos da sua genealogia, pois seus antepassados eram judeus importantes de diversas linhagens que anteriormente viviam na Espanha, e depois de perseguidos fugiram para Portugal, e vieram para o Brasil, sendo vigiados em todo o tempo pela Igreja Católica, pois insistiam em retornar à fé e a prática Mosaica; E para enganar seus perseguidores mudavam constantemente de sobrenome, e este era o segredo da mudança interminável de sobrenomes. Depois de descobrir este segredo tão antigo, o nosso pesquisador começou imediatamente a confeccionar o seu processo documental, e o enviou à apreciação tanto da CIL- Comunidade Israelita de Lisboa (em Portugal), como da FCJE- Federação das Comunidades Judaicas da Espanha, que são as maiores autoridades no assunto nestes respectivos países, e agora em meio à Pandemia do COVID 19, depois de 1 ano 3 meses e 6 dias de análise, a CIL- de Lisboa, reconheceu a ligação inconteste entre o nosso pesquisador de Caxambu e seu parentes Ibéricos, e emitiram um certificado oficial de origem judaica, e esta árvore genealógica encontra-se à disposição de pesquisadores do mundo inteiro que vão a Portugal estudar a Diáspora Sefaradita. Após emitir este respectivo documento, a própria CIL- se manifestou, alertando-o acerca do direito de herança à nacionalidade portuguesa por uma lei de reparação histórica vigente desde 2015; Agora, o nosso Caxambuense já está se preparando para ingressar na justiça portuguesa requerendo sua herança ancestral. Um fato ainda não mencionado sobre este pesquisador, é que antes de ter iniciado a montagem de sua árvore genealógica, por volta do ano de 2008, ele já tinha iniciado sua conversão voluntária ao judaísmo, tanto que se casou em 2010, no rito ecumênico judaico e cristão, onde adotou o sobrenome “Carvalho”, de sua esposa para agregar ao seu “Silva”, bem antes de existir a lei de reparação histórica em Portugal e Espanha que só foram promulgadas em 2015.




Informações e fotos de Alessandro J. S. Carvalho