O caso era investigado desde dezembro de 2019, quando o suspeito Pedro Venicio Souza Rodrigues Ferreira foi preso após publicar vídeos em redes sociais nos quais aparecia anunciando um suposto plano para atacar Bolsonaro durante visita à cidade.
Em um dos vídeos, ele afiava o cabo de uma escova de dente para transformá-la em estoque, instrumento perfuro-contundente não identificável por detectores de metal.
Durante a operação, dois mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos em duas cidades mineiras, Três Corações e Alfenas. Na época, o suspeito foi conduzido à delegacia. A Polícia Federal afirmou nesta quinta que ele não está preso.
Rodrigues Ferreira trabalhava como terceirizado na ESA (Escola de Sargentos das Armas), localizada em Três Corações (MG), onde Bolsonaro esteve em visita oficial no dia 29 de novembro para uma solenidade de formatura do Curso de Sargentos.
A PF usou a Lei de Segurança Nacional para indiciar o suspeito pelo crime de atentado contra a liberdade pessoal do presidente, previsto no artigo 28. A conclusão do inquérito de mais de 30 páginas foi encaminhada para a Justiça Federal e para o Ministério Público Federal que deve decidir se apresenta denúncia.
A pena pode chegar a até 12 anos de prisão, se condenado. Segundo a PF, Pedro não tem antecedentes criminais.
O suspeito foi procurado pelo portal G1, não quis comentar o caso e afirmou que busca um advogado. Apesar de não ter sido preso na época, recebeu uma medida cautelar que impede a saída de Três Corações sem autorização e o contato pessoal ou virtual com o presidente da República.
FACADA DE ADÉLIO BISPO EM MG
O presidente já foi alvo de um atentado. Em 6 de setembro de 2018, o então candidato cumpria agenda em Juiz de Fora quando foi atacado por Adélio Bispo de Oliveira. O militar da reserva foi atingido por uma facada no abdômen. Ele passou por uma cirurgia delicada para estancar hemorragia e conter lesões nos intestinos grosso e delgado.
Após ser socorrido na rede pública e operado pela equipe médica da Santa Casa de Misericórdia da cidade mineira, Bolsonaro foi levado de avião para São Paulo, onde ficou internado entre 7 e 29 de setembro, no Hospital Albert Einstein.
Em junho de 2019, a Justiça de Juiz de Fora, em Minas Gerais, decidiu absolver Adélio Bispo, tomando como base o fato de o agressor ter sido considerado inimputável após laudos médicos.
Mesmo com a sentença positiva, Adélio deve permanecer internado por tempo indeterminado. Ele será submetido a uma perícia médica em 2022, daqui a três anos. A defesa do presidente não recorreu da decisão da Justiça Federal. Como o Ministério Público também não recorreu, a sentença transitou em julgado, ou seja, estão esgotados os prazos para recursos.
Fonte: Yahoo Notícias