Grande operação de combate à pedofilia prendeu um homem no Sul de Minas

A operação foi desencadeada pelas polícias Federal e Civis em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, envolveu 1.170 agentes federais e das polícias civis dos 4 estados.



Agentes da Polícia Federal e das polícias civis de quatro estados brasileiros - Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul - realizaram na manhã de hoje, quarta-feira, dia 25, uma mega operação policial, através da qual foram cumpridos 225 mandados de busca, apreensão e prisão de pessoas envolvidas com o crime de pedofilia. Em Minas Gerais foram cumpridos mandados em Lavras, Belo Horizonte e Santos Dumont.

Um homem de 34 anos foi preso em Lavras, ele é técnico em Construção Civil, é solteiro, mora com os pais e a PC encontrou com ele imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes, inclusive uma imagem comprovadamente produzida por ele, de uma menina de aproximadamente 7 anos, que nadava nua e jogava bola apenas de calcinha. Ele alegou que as imagens eram de uma criança de sua família e negou que ela teria sido repassada a outros criminosos.

Com ele, a Polícia Civil apreendeu computador, pen drives, equipamentos de reprodução de imagens e foi encontrado em seu computador, um aplicativo que permite a navegação em uma rede de internet que veicula imagens de pornografia infantil e infanto-juvenil.

Segundo os delegados Pedro Paulo Uchoa Fonseca Marques, delegado-chefe do 6º Departamento de Polícia Civil, e o delegado regional da 1ª Delegacia de Polícia Civil, com sede em Lavras, Josias Moreira Giffonni, o suspeito não tem ficha criminal.

A operação, uma das maiores já realizada no Brasil, envolveu 1.170 policiais civis e federais, 302 viaturas em 85 municípios dos quatro estados: São Paulo, onde teve início às investigações em 2018, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em 2018, a Polícia Civil de São Paulo, através de uma ronda virtual, chegou até um homem que pretendia levar sua sobrinha para a Disney e vende-la para abusadores russos, depois alegaria que a menina havia desaparecido em um dos parques de Orlando.

Diante desta descoberta, deu-se início a uma grande investigação, que descobriu que se tratava de uma organização criminosa com tentáculos na Rússia, que tinha indícios de uma estrutura piramidal, com distribuição de tarefas, moments chats. A Polícia Federal com a Polícia Civil de São Paulo infiltraram agentes em 20 comunidades na Deepweb, onde foram encontrados mais de 10 mil e-mails, também foram localizadas 5 nuvens onde eram veiculadas exclusivamente imagens de abuso infantis, abrigadas em países do Leste Europeu.

Foram encontradas pessoas que compravam e vendiam imagens de abuso infantil, sequestro e tráfico de crianças para serem abusadas por pedófilos. Em 2019 foi localizado pela investigação, o "nick name" de um provável chefe da organização criminosa, que mora no Brasil e diziam que apenas um presídio na Rússia, na divisa com o Cazaquistão, onde abriga somente criminosos de altíssima periculosidade e que cumprem prisão perpétua, o presídio é denominado Black Dolphin Golfinho Negro, poderia segurá-lo.

As investigações conseguiram pegar conversas em que ele dizia "que estavam protegidos pelo anonimato e que as leis brasileiras são ridículas". Na conversa foram detectadas também críticas aos sistema brasileiro, onde ele afirmava que no Brasil não tinha prisão para segurá-los.

Este ano, em 2020, este suposto chefe da organização criminosa foi identificado com residência no Brasil. Ele foi perfilado como machista, autoritário e possessivo. Em agosto foi instaurado Inquérito Policial pela Delegacia Seccional de Polícia de São José do Rio Preto, interior de São Paulo e distribuído para a Vara da Infância e Juventude daquela cidade, quando foi autorizada judicialmente a quebra de sigilo telemático dos envolvidos e expedidos os mandados de busca e apreensão.

A Operação Black Dolphin cumpriu mandados e chegou até Lavras, onde um homem foi preso.

Todo o esquema do desmantelamento desta organização criminosa foi explicada hoje na sede do 6º Departamento de Polícia Civil, que comanda diversas delegacias regionais do Sul de Minas, ela tem sede em Lavras e se instalou no campus histórico da Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Uma coletiva de imprensa foi realizada na manhã de hoje e os delegados Pedro Paulo Uchoa Fonseca Marques, delegado-chefe do 6º Departamento de Polícia Civil, e o delegado regional da 1ª Delegacia de Polícia Civil, com sede em Lavras, Josias Moreira Giffonni, falaram sobre o início das investigações e o desfecho que culminou na Operação Black Dolphin que prendeu em Lavras uma pessoa envolvida. O nome do suspeito ainda não foi divulgado pela polícia.

Fonte: Jornal de Lavras