Se de um lado os bombeiros lutam contra queimadas que assolam várias partes de Minas Gerais em função do tempo quente e seco, de outro, a Defesa Civil já começa a perder o sono com a proximidade do período chuvoso. Em uma semana, o país entra oficialmente na fase das chuvas, que vai até abril, e as temperaturas extremas já servem como um sinal: devem vir temporais por aí.
Para algumas cidades, como Belo Horizonte, isso pode ser sinônimo de catástrofe, já que a cidade mal se recuperou da “chuva de mil anos”, no último janeiro. “As chuvas já começam na semana que vem. Devido ao calor, devemos ter temporais, chuvas de granizo e rajadas de vento de até 70 km por hora. Aqui em BH ainda temos que lidar com quedas de árvores, áreas de risco e alagamentos de vias”, afirma o meteorologista do Climatempo, Ruibran dos Reis.
Preparação
A situação já preocupa o governo do Estado. A Defesa Civil iniciou hoje o Seminário do Período Chuvoso 2020 e 2021 para planejar ações que reduzam os danos de eventuais temporais. A ação vai até sexta-feira.
Sem ter certeza se a chuva deste período será como a do anterior, a Defesa Civil já se prepara para o pior. “Estamos intensificando alertas e capacitando municípios para dar esse suporte à população”, disse o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual.
Ele lembra que não é possível ter exatidão quanto aos milímetros de chuva que devem cair nos próximos meses. Porém, Minas Gerais entra nessa fase com “sequelas”. Segundo Godinho, o maior receio do órgão são as obras ainda em andamento ao longo do Estado.
É que, depois dos temporais de janeiro, várias cidades precisaram de recursos extras para se reerguer. Pontes caíram, ruas foram destruídas e nada menos que 94.893 pessoas ficaram desalojadas e desabrigadas. Ao todo, 74 mineiros morreram em decorrência das tempestades que assolaram o Estado.
“Enviamos equipes para várias cidades do interior para checarem as condições das obras de reconstrução. Além disso, mandamos técnicos para apontarem para a Defesa Civil municipal os locais com maior risco, caso aconteça uma chuva inesperada”, explica.
Enquanto isso, os bombeiros lidam com os incêndios devastadores em pontos turísticos do Estado. Parques chegaram a adiar a reabertura para banhistas a procura de cachoeiras, como é caso do Ibitipoca, na Zona da Mata, que estava prevendo a reabertura das atividades para hoje. O da serra do Cipó, na região metropolitana de BH, suspendeu a visitação até que o fogo no local seja controlado.
Prepare-se
O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, orienta que os mineiros enviem o CEP de suas residências para o telefone 40199 para receberem alertas meteorológicos.
Fonte: O TEMPO