Região registrou queda no número de novos casos de coronavírus pela 4ª semana consecutiva.
O professor de epidemiologia da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), Sinézio da Silva Júnior, avaliou a queda significativa de novos casos de Covid-19 em cidades do Sul de Minas. A região registrou queda pela 4ª semana consecutiva. Para o especialista, o Sul de Minas vive um momento ainda distante, mas com tendência de aproximação da chamada imunidade coletiva.
“No Sul de Minas nós temos em torno de 40%, quase indo para 50%, 45% das cidades com uma queda significativa por aquele critério da média móvel de sete dias, comparado com 14 dias anteriores. Isso em termos de população significa que 30% a 40% da nossa população do Sul de Minas já estaria em territórios que vivem essa feliz realidade”, detalhou.
Sinézio explica que há três meses o Sul de Minas tem um alto número de casos, o chamado platô. O que chama atenção nessa realidade é um cenário de pico dentro do platô, o que tem acontecido na região de Alfenas, segundo ele.
“Isso faz com que, quando o número de casos quando começa a cair, demora mais pra ficar abaixo do platô que você estava. O que isso significa? Tem um lado bom e um lado ruim. O lado ruim é óbvio que nos dispusemos ao sistema de Saúde, à população, a ter um número de casos alto por muito tempo. Isso não precisa nem dizer, as pessoas estão sentindo os danos. O lado positivo, se é possível dizer assim, é que nós temos mais gente que ficou contagiada. E com isso você se aproxima mais, mas a gente ainda está longe, do que seria chamado da imunidade coletiva”.
O professor ainda falou sobre a alta taxa de casos na faixa etária de adultos entre 30 e 39 anos. Segundo o especialista, são pessoas economicamente ativas. “Inclusive explicaria em parte algumas quedas que a gente está observando, que pra esse segmento etário já começou a se formar uma imunidade coletiva”.
No entanto, Sinézio afirma que é preciso atenção entre as faixas etárias dos mais jovens neste momento da pandemia. “Essa faixa etária tem um grande potencial de crescimento de casos. Enquanto chegamos a um relativo equilíbrio entre você ter as medidas de prevenção, como uso de máscara, higienização, evitar aglomerações desnecessárias, você entra num equilíbrio entre aqueles que já estão circulando mais, começaram a ter esse contato com o vírus e criar anticorpos. Mas se nós não mantivermos as medidas de prevenção, com aumento da circulação, por exemplo, com a volta às aulas de jovens universitários, você tem um potencial de crescimento de casos nesse segmento e você favorece o espalhamento de novo do vírus”.
Fonte: G1 Sul de Minas