Infecções saltaram de 74 para 131 em menos de um mês, segundo a prefeitura. Secretário Municipal de Saúde aponta que crescimento pode estar relacionado a aglomerações.
O comparativo é entre os dias 31 de julho e 21 de agosto. No final do mês passado, a cidade tinha 74 contaminados com idades entre 10 e 29 anos. Três semanas depois, na mesma faixa etária, já eram 131 infecções.
“Esses números revelam o que a gente tem visto na prática, que são os jovens relaxando, abrindo mão da prevenção, minimizando as estatísticas, se sentindo fora dos grupos de risco e voltando para uma normalidade que não é pertinente neste momento”, destacou o Secretário Municipal de Saúde, Luiz Carlos Coelho.
Uma das causas deste aumento no número de casos positivos pode estar relacionado ao crescimento de denúncias relacionadas a aglomerações na cidade. Segundo o secretário, só no último fim de semana, houve mais de 40 denúncias deste tipo com envolvimento de jovens.
“A Covid tem manifestações graves nos adolescentes e nas crianças, quando ela evolui de uma maneira não satisfatória, temos uma síndrome respiratória muito sistêmica com alta mortalidade. Temos adolescentes internados e que já ficaram internados. É o fato de ter a noção de que também pode ser grave. Não é porque é hígido, que não tem doença, que é de uma faixa etária mais jovem que a coisa vai terminar bem. Não é bem assim, não pode abrir a guarda”, completou o secretário.
Mãe e filho, que pediram pra não serem identificados, contraíram a doença em Varginha, mesmo garantindo não terem participado de aglomerações. Eles relataram os sintomas que a doença pode causar para pacientes em faixas etárias fora do grupo de risco.
“Senti muito mal, que tinha dia que eu achava que eu ia morrer, achava que ia morrer mesmo, não sabia nem mais o que eu fazia. Não tem como explicar o que é, que dor que é, eu sei que é uma coisa ruim, a gente não sente o gosto, a gente não sente cheiro, a gente sente uma dor no corpo, quase não aguenta ficar em pé”, disse a mãe.
O filho de apenas 13 anos também apresentou sintomas e relata os momentos que viveu enquanto estava contaminado.
“Não aguentava ficar em pé, não tinha fome, não tinha gosto de nada, a água estava muito doce, só queria ficar dormindo, deitado, não conseguia fazer nada”, comentou.
Fora do grupo de risco
Ingrid Lopes Marcellino, de 25 anos, é de três corações e não está no grupo de risco. Ela revela ter levado um susto quando ficou sabendo que estava com a Covid-19.
"A gente não faz a mínima noção de como é, até um ente querido pegar, um amigo pegar, ou a gente mesmo pegar. Foi o meu caso. Eu fui internada por outros motivos de saúde e acabei sendo acometida pela doença no hospital. Às vezes, a gente pensa: ‘nossa, eu sou novo, eu não vou pegar a doença’. Mas eu era assintomática, não sentia nada, mas eu poderia contaminar algum familiar, um amigo", relatou a microempreendedora.
Dique denúncia em Varginha
O número (35) 991074735 é do disque denúncia em Varginha para quem flagrar alguma situação de desrespeito ao decreto municipal em relação à Covid-19.
Fonte: G1 Sul de Minas