Minas Gerais vai receber, do governo federal, uma leva de testes rápidos para o novo coronavírus. Os primeiros 500 mil dos 5 milhões de exames comprados pela Vale na China chegaram a São Paulo na segunda-feira. Os testes, doados pela mineradora, serão repassados aos 26 estados brasileiros e ao Distrito Federal. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Dario Brock Ramalho, a expectativa é que aproximadamente 50 mil testes rápidos — cujo resultado sai em período entre 15 e 30 minutos — sejam destinados ao estado.
A União deve iniciar a transferência na próxima semana. Profissionais de saúde e das forças de segurança terão prioridade. De acordo com o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, a ideia é que Minas passe a realizar, em pouco tempo, cerca de 1.800 exames diários — levando em conta, também, o teste molecular, aplicado em pacientes graves e de responsabilidade da Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Para aumentar a produção, o governo recorreu à rede estadual de laboratórios em saúde pública, encabeçada pela Funed, disse Carlos Eduardo. Segundo ele, a partir desta semana, laboratórios espalhados por várias partes de Minas Gerais vão poder agilizar a divulgação do resultado dos testes, manipulados, atualmente, apenas pela Funed — com capacidade operacional para 200 exames diários.
“Com a ampliação, vamos, efetivamente, acelerar os exames e diagnósticos no estado”, pontuou o secretário, em entrevista coletiva. Ele mencionou, também, os testes que serão enviados pelo governo federal. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, o plano de contingência dos laboratórios deve fazer com que o aumento da capacidade produtiva de testes no estado seja visto daqui a, no máximo, 10 dias. “Com isso entendemos que haverá considerável alinhamento entre as notificações, os exames colhidos e a capacidade operacional da secretaria", disse.
A Funed é responsável pelo exame de biologia molecular, chamado de RT-qPCR. O modelo, que detecta a presença do vírus ainda dentro do período de ação no organismo, é utilizado, sobretudo, em pacientes graves. A alta demanda tem feito com que os pacientes esperem pelos resultados por um prazo maior que a média de 48 horas gasta para, em condições normais, finalizar a análise da amostra coletada.
Os testes rápidos são feitos em indivíduos que estão entre o sétimo o décimo dia do início dos sintomas. Uma gota de sangue do paciente é coletada e, a partir daí, é possível verificar se os anticorpos produzidos pelo corpo para lidar com a COVID-19 estão presentes. O procedimento é similar ao expediente adotado para a medição da taxa de glicemia.
“Esse teste vai ser fundamental para a gente saber se aquela enfermeira, aquele médico ou o profissional de segurança que teve ou está com sintomas similares ao de uma gripe testou positivo para coronavírus. Se sim, vamos tratar de um jeito. Se não, poderá retornar ao trabalho”, comentou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fazendo menção aos públicos prioritários para a realização do exame.
Antes do repasse aos estados, os testes vindos da China vão ser analisados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O restante dos kits adquiridos deve chegar ao Brasil até o fim deste mês.
Ao Estado de Minas, o virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Fonseca destacou o papel dos testes rápidos no diagnóstico de pessoas com sintomas leves ou que não têm sinais aparentes do coronavírus. Segundo ele, embora o método ajude a desafogar o sistema de saúde, não se trata de algo tão preciso quanto o RT-qPCR. “Os testes rápidos são essenciais para enfrentar a pandemia, mas precisam ser usados para o propósito certo. Eles não podem ser aplicados em pessoas que estão em respiradores”, explicou.
As distinções entre os tipos de teste foram frisadas, também, pelo subsecretário de Vigilância em Saúde. “A biologia molecular é que, efetivamente, pode dar diagnóstico dos pacientes sintomáticos durante a fase aguda da doença. Os testes rápidos são sorológicos e, dificilmente, terão efeito nessa fase”, afirmou.
Ampliar o número de cidadãos testados é fundamental para aprimorar o controle da pandemia, visto que mais de 80% dos infectados pelo vírus não apresentam sintomas. “Detectar essas pessoas (assintomáticas) foi um dos sucessos do combate à pandemia na Coreia do Sul. Com os testes rápidos, é possível controlar as pessoas que têm poucos ou nenhum sintoma e, por isso, não vão ao médico”, complementou Flávio Fonseca.
Força-tarefa
Para aumentar a produção, o governo recorreu à rede estadual de laboratórios em saúde pública, encabeçada pela Funed, disse Carlos Eduardo. Segundo ele, a partir desta semana, laboratórios espalhados por várias partes de Minas Gerais vão poder agilizar a divulgação do resultado dos testes, manipulados, atualmente, apenas pela Funed — com capacidade operacional para 200 exames diários.
“Com a ampliação, vamos, efetivamente, acelerar os exames e diagnósticos no estado”, pontuou o secretário, em entrevista coletiva. Ele mencionou, também, os testes que serão enviados pelo governo federal. Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, o plano de contingência dos laboratórios deve fazer com que o aumento da capacidade produtiva de testes no estado seja visto daqui a, no máximo, 10 dias. “Com isso entendemos que haverá considerável alinhamento entre as notificações, os exames colhidos e a capacidade operacional da secretaria", disse.
A Funed é responsável pelo exame de biologia molecular, chamado de RT-qPCR. O modelo, que detecta a presença do vírus ainda dentro do período de ação no organismo, é utilizado, sobretudo, em pacientes graves. A alta demanda tem feito com que os pacientes esperem pelos resultados por um prazo maior que a média de 48 horas gasta para, em condições normais, finalizar a análise da amostra coletada.
Os testes rápidos são feitos em indivíduos que estão entre o sétimo o décimo dia do início dos sintomas. Uma gota de sangue do paciente é coletada e, a partir daí, é possível verificar se os anticorpos produzidos pelo corpo para lidar com a COVID-19 estão presentes. O procedimento é similar ao expediente adotado para a medição da taxa de glicemia.
“Esse teste vai ser fundamental para a gente saber se aquela enfermeira, aquele médico ou o profissional de segurança que teve ou está com sintomas similares ao de uma gripe testou positivo para coronavírus. Se sim, vamos tratar de um jeito. Se não, poderá retornar ao trabalho”, comentou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fazendo menção aos públicos prioritários para a realização do exame.
Antes do repasse aos estados, os testes vindos da China vão ser analisados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O restante dos kits adquiridos deve chegar ao Brasil até o fim deste mês.
Ao Estado de Minas, o virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Fonseca destacou o papel dos testes rápidos no diagnóstico de pessoas com sintomas leves ou que não têm sinais aparentes do coronavírus. Segundo ele, embora o método ajude a desafogar o sistema de saúde, não se trata de algo tão preciso quanto o RT-qPCR. “Os testes rápidos são essenciais para enfrentar a pandemia, mas precisam ser usados para o propósito certo. Eles não podem ser aplicados em pessoas que estão em respiradores”, explicou.
As distinções entre os tipos de teste foram frisadas, também, pelo subsecretário de Vigilância em Saúde. “A biologia molecular é que, efetivamente, pode dar diagnóstico dos pacientes sintomáticos durante a fase aguda da doença. Os testes rápidos são sorológicos e, dificilmente, terão efeito nessa fase”, afirmou.
Ampliar o número de cidadãos testados é fundamental para aprimorar o controle da pandemia, visto que mais de 80% dos infectados pelo vírus não apresentam sintomas. “Detectar essas pessoas (assintomáticas) foi um dos sucessos do combate à pandemia na Coreia do Sul. Com os testes rápidos, é possível controlar as pessoas que têm poucos ou nenhum sintoma e, por isso, não vão ao médico”, complementou Flávio Fonseca.
Força-tarefa
Além da ativação da rede de laboratórios, o governo do estado pretende colocar, em operações ligadas ao coronavírus, as seis máquinas que a Funed tem para a realização de exames de HIV. Segundo Dario Brock Ramalho, a Secretaria de Saúde entrou em contato com o Palácio do Planalto para que os equipamentos recebam os insumos necessários para a detecção da COVID-19. Devem ser utilizadas, também, máquinas responsáveis pelo exame de biologia molecular para tuberculose.
A UFMG pode, em breve, se somar à rede de ajuda à Funed na realização dos exames. Segundo Flávio Fonseca, universidade, fundação e Secretaria de Saúde têm trabalhado conjuntamente para superar os entraves legais que impedem a concretização da parceria.
“Não podemos jogar à UFMG a responsabilidade de fazer o diagnóstico para o estado inteiro, mas temos a capacidade instalada para tentar ajudar. Há vários laboratórios da universidade com equipamentos e a técnica (para a realização dos exames)”, ressaltou o microbiologista.
R$ 2 milhões para pesquisa
A Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) abriu chamada pública para financiamento de pesquisas relacionadas à COVID-19, dentro do programa emergencial de apoio a ações de enfrentamento da pandemia do coronavírus. Serão disponibilizados até R$ 2 milhões com o propósito de fortalecer ações nas instituições científicas, tecnológicas e de inovação localizadas em Minas Gerais. Cada projeto não pode ultrapassar o valor de R$ 400 mil.
As propostas devem ser encaminhadas ao sistema Everest (http://everest.fapemig.br). Os resultados serão divulgados em 30 de abril. O atendimento presencial está suspenso. Qualquer dúvida pode ser esclarecida pelo Fale Conosco (https://fapemig.br/pt/manuais/).
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, desde o início de março a fundação tem se encontrado com grupo de pesquisadores dos campos da virologia, epidemiologia e saúde coletiva, além de gestores de assistência e saúde pública para tratar do enfrentamento à COVID-19 no estado. "A ideia é identificar caminhos e contribuições do setor acadêmico para combater o surto". Estão previstos suplementação de projetos em andamento que tratam do tema e mapeamento de ideias e soluções de auxílio de enfrentamento à COVID-19 "e à superação de danos sociais e econômicos".
Fonte: Estado de Minas(Com Elian Guimarães)