Zema: clientes com a tarifa social não terão o fornecimento de energia e água suspenso

Medidas fazem parte de novo pacote do governo no enfrentamento ao surto de coronavírus.



O governador Romeu Zema (Novo) anunciou, nesta segunda-feira, que a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) não vão suspender o fornecimento de luz e água aos cidadãos que pagam a tarifa social.

Os débitos com a companhia de energia poderão ser parcelados em seis vezes. A medida vale, também, para os hospitais filantrópicos e microempresas. Já as contas de água com vencimento até o próximo dia 20 serão prorrogadas até o mesmo dia de maio. Os mineiros que, até a última sexta, receberam anúncios de corte no abastecimento hídrico, podem quitar os valores até 20 de abril.

Ainda de acordo com o governador, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) vai cobrar 5% a menos no valor do gás industrial. O Gás Natural Veicular (GNV) por sua vez, passa a ter um desconto de, aproximadamente, 6%.

O governador pediu às concessionárias de luz e água que atuam, em algumas cidades do interior, nos lugares de Cemig e Copasa, que tomem medidas semelhantes. “Estamos em um momento difícil, e as pessoas precisam de ajuda”, disse, ressaltando que as determinações podem ser ampliadas nas próximas semanas.

Hospitais de campanha

Zema disse, ainda, que o governo cogita construir hospitais de campanha — espaços temporários para tratar pacientes com a COVID-19. Segundo o governador, a decisão final será divulgada entre terça e quarta-feira.

O Expominas está entre os locais considerados para a instalação de estruturas do tipo. O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, destacou que a estratégia dos hospitais de campanha precisa ser pensada e avaliada com cautela. “A orientação principal é que as pessoas com sintomas do coronavírus, e que não estejam em estado grave, é que fiquem em isolamento domiciliar”, lembrou.
Transporte e divisas

Zema alertou, também, sobre a necessidade do funcionamento do transporte de cargas. “Se o fluxo de caminhões parar, daqui a pouco não há medicamentos, alimentos e nem mesmo água tratada. As estações de água precisam do cloro transportado pelos caminhoneiros”, comentou.

O governador disse, ainda, que pediu aos prefeitos que têm restringido a entrada de pessoas em seus municípios uma revisão da medida. “Muitas vezes, algo fundamental à população pode ser impedido de chegar. Além disso, há pessoas que, por motivos de força maior, precisam se deslocar”, pontuou.
Ajuda aos empresários

Na semana passada, o BDMG abriu uma linha de crédito no valor de R$ 500 milhões para acelerar a produção de insumos como máscaras hospitalares e álcool gel. Nos próximos dias, a medida vai ser estendida às pequenas empresas impactadas pelo isolamento social.

Auxílio

O governo optou por cancelar os procedimentos eletivos de saúde — como as cirurgias bariátricas — na última quarta-feira (18). Nesta segunda, Zema pediu que os convênios médicos sigam pelo mesmo caminho. Assim, segundo ele, leitos e equipamentos de proteção individual vão ser liberados para o combate à pandemia.

O governador solicitou, ainda, que médicos de especialidades não ligadas diretamente ao coronavírus, procurem entender o protocolo de atendimento aos infectados. A tendência é que, em breve, mais profissionais sejam requisitados para atuar.

Por fim, Zema fez um apelo à população. “Precisamos tomar as medidas restritivas e ficar em casa. Não sabemos quanto tempo vai durar, mas nossas vidas voltarão ao normal daqui a pouco. Temos de acreditar nos profissionais de saúde, que têm alertado sobre os riscos de ter contato com outras pessoas”, encerrou.
Fonte: Estado de Minas