O hospital Maria Thereza Rennó acaba de completar seis anos de portas fechadas, em Santa Rita do Sapucaí. O prédio, que tem quase oito mil m² de área construída e conta com 125 leitos, entre UTI, urgência, emergência e observação, seria uma alternativa para o tratamento de pessoas com o novo coronavírus na região.
O hospital é particular e foi fechado em 2014 por causa de um rombo nas finanças. O prefeito de Santa Rita do Sapucaí, Wander Chaves, afirma ao Terra do Mandu que o governo federal foi procurado, mas não demonstrou interesse em investir na reabertura do empreendimento.
Na última terça-feira (24/03), foi realizada uma reunião por videoconferência para discutir o assunto com um membro da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. Além do prefeito Wander Chaves, participaram da reunião o prefeito de Pouso Alegre, Rafael Simões, e o deputado federal, Bilac Pinto.
“O ponto importante é o governo federal querer colocar esse hospital para atender pacientes do coronavírus para atender a região inteira. Aí viria com a força do governo federal e rapidinho aprontava. Essa foi a conversa. Na emergência do coronavírus não houve interesse do governo federal”, diz o prefeito de Santa Rita que completa: “Reabrir o equipamento sai mais barato do que construir um hospital de campanha”.
Wander Chaves explica que, mesmo com o hospital estando pronto, colocar em funcionamento exige um vultuoso investimento que os municípios não teriam capacidade de arcar com todas as despesas. Os valores necessários não foram informados.
O representante do hospital Maria Thereza Rennó, Joaquim Campos, confirma que houve conversas e até uma visita ao local de uma comitiva composta por membros do Ministério Público Federal e do Ministério Público de Minas Gerais para ver as condições do hospital.
"Recebemos uma comitiva de 10 pessoas do Poder Público e nos disponibilizamos, sensibilizados pelo caráter humanitário, a contribuir para reativar o empreendimento”, conta o representante do hospital que ainda completa afirmando que tem falado com prefeitos sobre o assunto: “Não é simples reabrir um prédio ativando, a atividade hospitalar”, pondera.
Algumas das despesas iniciais para a reabertura do hospital são a religação da energia elétrica, desinfecção de todo o prédio, compra de oxigênio, medicamentos e insumos para a farmácia, além de contratação de profissionais para todos os setores e alimentação.
Outras possibilidades
O prefeito de Santa Rita do Sapucaí disse ainda que a luta para a reativar o hospital vai continuar e busca outros modelos de parcerias para isso. Uma esperança é o governo do estado, que é mais frágil economicamente.
“Esse hospital em funcionamento é absolutamente estratégico para o Sul de Minas. Para Santa Rita também, mas ele é pensado para a região. Para que a saúde melhore com mais um hospital mais próximo da gente, ao lado do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre, e do Hospital Escola, em Itajubá. Nós estamos precisando de leitos e de médicos para atender a população”.
Enquanto o Maria Thereza Rennó continua fechado, o prefeito busca equipar o hospital Antônio Moreira da Costa com uma nova ala para atender as possíveis vítimas do novo coronavírus na cidade.
Hospital Maria Thereza Rennó funcionou por 8 meses
O hospital foi um projeto idealizado pelo fazendeiro Wagner Rennó. Ele decidiu construir o empreendimento depois que a mãe morreu em casa, sem conseguir atendimento médico. A obra durou 14 anos e foi inaugurada em julho de 2013.
O hospital Maria Thereza Rennó ficou apenas oito meses em funcionamento. Era feito o atendimento através de planos de saúde particulares e do Ipsemg, plano médico dos servidores do estado. A unidade também estava em processo de credenciamento para atender pacientes pelo SUS. No entanto, com as dívidas, funcionários e médicos foram dispensados.
Desde então, os representantes buscam financiadores ou parceiros para que o hospital volte a funcionar.
Fonte: Terra do Mandu