O Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRA), realizado pela Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, entre os dias 13 a 17 de janeiro deste ano, em diversos imóveis, classificou o município em situação de risco de epidemia de arboviroses (Dengue, Zika e Chikungunya). Este levantamento traz dados sobre o nível de infestação do mosquito através da coleta e análise das larvas presentes nesses imóveis, são apurados os dados conforme programa do Ministério da Saúde.
O município é dividido em dois estratos, sendo o estrato um composto pelos bairros do Centro, zona Leste e Sul, e o estrato dois pelos bairros da zona Oeste e Norte. Foram vistoriados no estrato um, 433 imóveis e em 28 destes foram encontrados focos de Aedes aegypti (6,5% de infestação). No estrato dois foram vistoriados 474 imóveis e em 27 destes foram encontrados focos do mosquito (5,7% de infestação). O ideal é que o município possua índice de infestação de até 1%, e a partir de 3,9% já é classificado como alto risco de transmissão de Dengue. Os bairros que apresentaram maiores índices de focos: Meia Pataca, Padre Vitor, Santana, Alcides Mesquita e São Gabriel.
Portanto, a situação epidemiológica em relação as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes é preocupante. Segundo o médico veterinário da Vigilância Ambiental e secretário de Meio Ambiente, Marcelo de Figueiredo Gomes, basta a introdução de um novo sorotipo de vírus da Dengue, para que o município entre em um novo ciclo de transmissão este ano, apesar da ocorrência recente de epidemia em 2019.
Ao compararmos com o LIRA realizado em janeiro do ano passado quando sofreu uma epidemia, percebe a gravidade da situação: o estrato um, naquele momento, apresentava 4,7% de infestação e o estrato dois 3,5% de infestação. A conclusão que podemos chegar então, “é que nem a epidemia vivida em 2019 conseguiu conscientizar e mobilizar parte da população trespontana sobre a importância de hábitos e cuidados simples para evitar focos do mosquito”, alertou Marcelo Figueiredo.
“Muito embora a maioria dos focos tenha sido encontradas nos quintais das residências, a Vigilância Ambiental solicita encarecidamente que os proprietários façam a limpeza de seus terrenos baldios, conforme a legislação municipal, para que se evite focos do mosquito e a proliferação de pragas urbanas como baratas, ratos, escorpiões e pombos”.
A Vigilância Ambiental informa que o “fumacê leve” (bloqueio de casos suspeitos de Dengue com bomba costal) é realizado sempre e somente quando são notificados casos suspeitos de Dengue no setor, através do sistema de Vigilância Epidemiológica. Já o “fumacê pesado” (realizado com veículo e equipamento) é enviado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, a partir da constatação de epidemia no município.
Nesta sexta-feira (24) houve uma terceira reunião do Comitê de Enfrentamento da Dengue para a apresentação e discussão do resultado do LIRA e definição de estratégias para redução do risco de epidemia.
Marcelo de Figueiredo pontua que cabe ao poder público desempenhar as tarefas preconizados pelo Ministério da Saúde, incluindo: visitas domiciliares pelos Agentes de Controle de Endemias, visitas a pontos estratégicos, fumacê leve em casos suspeitos, promoção de mutirões de limpeza e mobilização social, porém, cabe a população a limpeza e eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti nas residências, haja visto que o poder público não tem como desempenhar esta função semanalmente em todos os imóveis do município. Em síntese, a saúde é responsabilidade de cada um e não só do poder público.
Fonte: Equipe Positiva