Um filhote de raposa que apareceu em uma casa em Santa Rita do Sapucaí (MG) teve, durante meses, uma vida de cachorro. Bebeu água no pote, subiu no sofá, na cama e apareceu em várias fotos com a família.
O animal foi visto pela primeira vez no quintal pelo Luis Felipe Rocha da Silva, de 11 anos. “Eu estava ali quando vi um negócio correndo. Aí eu fui chegar mais perto e era uma raposa. Fui tentar pegar só que não tinha jeito. Fui correndo avisar minha mãe”, contou.
O momento que o animal se sente à vontade e entra na cozinha para beber água foi registrado em um vídeo. A visita foi de repente, mas logo ele se habitou à casa.
“Ela apareceu do nada aqui e ela foi ficando, não queria ir embora mais. Dormiu na cama, colchão. Ela ficava aqui se divertindo”, contou a dona de casa e mãe das crianças, Deisiane Dias da Rocha.
A raposa tem seis meses e é macho. O instinto animal da espécie que habita as matas do cerrado falou mais alto quando ele atacou o galinheiro, que fica no quintal da casa.
“Um belo dia de manhã, ela foi lá atacar as galinhas”, lembrou Deisiane. Depois do fato, a família achou necessário acionar a Defesa Civil.
“Nós recebemos a ligação no 153, no telefone da Guarda Civil Municipal, informando que tinha um animal parecido com um cachorro em uma casa. Viemos ao local, verificamos e vimos que era uma raposa”, contou o agente Marcelino Henrique Ferrari.
O animal foi recolhido e levado para a Sociedade Protetora dos Animais de Santa Rita do Sapucaí. Agora, ele passa por um processo de reintegração à natureza.
"Esse animal exige cuidados bem específicos. Não é um processo fácil, é um animal que foi claramente domesticado por um período talvez até de meses. E ele precisa restaurar os instintos básicos e primitivos da espécie dele", explicou o presidente da ONG Rafael Ferrari.
Segundo o presidente, há dificuldade para encontrar uma ONG especializada em animais selvagens, para cuidar da reabilitação. Ele alerta que este tipo de animal não deve ser domesticado.
"A população não deve domesticar porque eles são animais de instintos milenares. Eles não foram feitos para estar dentro de casa. O ideal é fazer a entrega para os órgãos competentes".
Fonte: G1 Sul de Minas