Sul de Minas reivindica trem da Mantiqueira

Municípios já atendidos por trens turísticos no Sul de Minas relataram, na audiência, a experiência de implantação desse modal e os benefícios trazidos pela iniciativa.



Cidades do Circuito das Águas e da região das Terras Altas da Mantiqueira, no Sul de Minas, estão unidas no esforço para recuperar a ligação ferroviária entre elas e, delas, com o Estado de São Paulo.

Para discutir o assunto, lideranças locais participaram, nesta quinta-feira (24), de audiência da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Atualmente, já existe trem turístico ligando Soledade de Minas a São Lourenço, num trajeto de dez quilômetros do chamado Trem das Águas.

Também será inaugurado no início do próximo ano trecho de 20 quilômetros entre São Lourenço e São Sebastião do Rio Verde. Na sequência, há 25 quilômetros abandonados até Passa-Quatro, onde o transporte de turistas é retomado até a divisa com São Paulo.

Esse intervalo, que passa por Pouso Alto e Itanhandu, foi, justamente, o tema da audiência, requerida pelo deputado Gustavo Mitre (PSC), vice-presidente da comissão. Ele salientou que o trecho é da União e não está concedido a nenhuma empresa, o que facilitaria a cessão para o projeto de extensão da malha turística.

Municípios já atendidos por trens turísticos no Sul de Minas relataram, na audiência, a experiência de implantação desse modal e os benefícios trazidos pela iniciativa. O vereador Natanael Paulino de Oliveira, de São Lourenço, lembrou a ligação entre a cidade e Soledade de Minas, feita em 2000, com grande impacto positivo.

O caso mais recente, de São Sebastião do Rio Verde, foi compartilhado pelo prefeito Sandro Lisboa Martins, que contou sobre a dificuldade na elaboração do projeto e sobre a peregrinação pelos órgãos públicos para conseguir autorizações, trilhos, máquinas e ainda o financiamento, feito parcialmente pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codemig).

A obra foi cotada em R$ 7,8 milhões, mas, segundo ele, a prefeitura teve que enxugar gastos e assumir outros. Ainda assim, Sandro comemora a implantação do projeto, que já traz reflexos antes mesmo de sua finalização. Também se diz feliz por contagiar outros municípios com o sonho da volta do trem.

A implantação de um trem turístico demanda ainda uma empresa ou instituição que opere o sistema. Por isso a audiência contou com a participação de Bruno Crivelari Sanches, diretor-presidente da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que opera os trechos Soledade de Minas-São Lourenço e Passa-Quatro até a divisa com São Paulo, além de outros trens turísticos no País.


Fonte: Correio do Sul