Ponte que caiu há 13 anos dificulta vida de moradores entre cidades no Sul de Minas

Estrutura caiu em 2006 entre Carmo de Minas e Soledade de Minas e até hoje as pessoas precisam se arriscar para passar por ali.



Moradores de Carmo de Minas e de Soledade de Minas convivem com um problema há 13 anos. Uma ponte que fica sobre o Rio Verde e liga os dois municípios caiu em 2006 e até hoje as pessoas têm que se arriscar para passar por ali. Até a economia da região tem sido afetada.

Os moradores construíram as escadas para tentar facilitar a vida de quem precisa ir à área rural entre as duas cidades. Mas para alguns moradores a situação permanece difícil.

"Nós passamos a pé. Tem gente que tem dificuldade aí, crianças, mulher gestante para subir essas escadarias aí, não é fácil não", disse o trabalhador rural Benedito de Sousa.

Já são 13 anos sem nenhuma solução. A ponte desabou em agosto de 2006 e dividiu o bairro. "Deus foi tão bom que as crianças estudavam do lado de Soledade né, aí esperou as crianças passar, aí já começou a dar o primeiro estalo da ponte. Aí deu meia-noite, aí acabou de cair o resto e ficou desse jeito", disse a dona de casa Benedita Maria de Sousa.

A falta de uma nova ponte já prejudicou até a economia do local. Um laticínio que funcionava no bairro de Freitas, bem próximo à ponte e que empregava 15 trabalhadores, está fechado e abandonado.
"Aqui dava bastante serviço, aí a maioria do povo trabalha do lado de Carmo de Minas, ficou bem difícil", disse Benedita.

Em Carmo de Minas, a administração afirmou que tenta recursos com o governo federal para a construção de uma passarela.

"Teve sim um cadastramento de R$ 500 mil para fazer passarela, R$ 500 mil não dá para fazer passarela, não consegue, porque o vão é muito grande, tem que ter fundação no rio para sustentar a passarela. Eu estive em Brasília neste ano para procurar acertar essa situação, como estava no Ministério da Integração e realmente não tem mais nada para nós, o que vai ter que fazer um novo projeto e começar novamente todo o trabalho através de assessoria parlamentar, com deputado federal, pra ver se a gente consegue ter esse patrimônio para ser usado pelo pessoal daquela região", disse o prefeito de Carmo de Minas, Yuri Vaz de Oliveira (MDB).

Em Soledade de Minas, o discurso é o mesmo. A prefeitura tenta, mas até agora não conseguiu verba para resolver o problema.

"Tem que ser uma obra do governo federal, do governo do estado, que é um recurso de milhões de reais para fazer uma ponte daquela, então a primeira coisa que infelizmente eles perguntam é a questão de quantidade de usuários que vão ter, quantas mil pessoas que moram no povoado, infelizmente a gente sabe que lá são algumas dezenas de famílias, que eu acho que isso não deveria ser o critério para estar consertando, mas que infelizmente devido à demanda de todo o país, através do órgão competente que principalmente é o Dnit, responsável por essas pontes, eles falam isso", disse o prefeito de Soledade de Minas, Emerson Ferreira Maciel (PPS).

As duas prefeituras acreditam que o Governo Federal deveria fazer a obra. Enquanto isso, o tempo consome o que resta da ponte. Quem vive no local, já cansou de esperar e de se arriscar.

"Depois que a ponte caiu praticamente Freitas morreu no mapa", disse o trabalhador rural Rogério Aureliano.

A assessoria de imprensa do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG) disse que a ponte está localizada em uma estrada municipal, mas que o órgão pode ajudar desde que os dois municípios proponham alguma solução.

A Prefeitura de Carmo de Minas disse que enviou uma proposta em 2018 para o Ministério da Integração. O ministério disse que está com dificuldades para encontrar esse documento.

Fonte: G1 Sul de Minas